Quatro continentes, uma língua

Primeiros Jogos da Lusofonia com uma abrangência universalista

Os primeiros Jogos da Lusofonia, que terão lugar em Outubro em Macau, vão decorrer sob o lema “Quatro continentes, uma língua, unidos pelo desporto”, escolhido por todos os comités olímpicos que integram a Associação dos Comités de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP) numa reunião realizada no primeiro trimestre do ano em Seul, capital da Coreia do Sul. Alguns dos principais atletas dos países de língua portuguesa, medalhados olímpicos e campeões mundiais, já confirmaram a sua presença. Em competição vão estar, lado-a-lado, estrelas do presente e promessas de futuro.
A competição está a ser rodeada de grande expectativa, sendo vista e sentida por muitos como tratando-se dos Mini Jogos Olímpicos do Mundo Lusófono, bem como uma importante manifestação cultural e, acima de tudo, uma grande festa da língua portuguesa.
Até países que não têm o português como língua oficial pediram para participar e serem incluídos.
Índia e Sri-Lanka foram já aceites e outros se deverão seguir. Depois dos Jogos da Comunidade Britânica (dos países de língua inglesa integrados na Commonwealth) e dos Jogos da Francofonia (países de língua francesa), surge agora a versão lusófona: mais dinâmica, mais moderna, com uma abrangência universalista, reunindo atletas e dirigentes de quatro continentes.
A responsabilidade e algumas incertezas inerentes ao arranque de uma grande estrutura são referidas por Manuel Silvério, presidente da Comissão Organizadora dos 1ºs Jogos da Lusofonia (COJOL).
Dores de parto e crescimento

Em conversa mantida em finais de Julho, Manuel Silvério parece agora mais descansado e sereno, os dossiers estão agora encaminhados, as decisões políticas todas tomadas, o processo entrou “no seu decurso natural”.
Folheando o livro dos ‘últimos acontecimentos’ Silvério reclina-se para trás na cadeira do seu gabinete (o mesmo onde se tomaram algumas principias decisões relativas aos 4os Jogos da Ásia Oriental do ano passado, e onde trabalha, em paralelo, para levar a bom porto dos 2os Jogos Asiáticos em Recinto Coberto que decorrem em Macau no próximo ano. E lembra alguns dos maiores desafios: “Nos dois últimos anos, três dos 12 países (Timor-Leste, Guiné-Bissau e Sri-Lanka) tiveram situações de alguma instabilidade. Tivemos que fazer ajustamentos para conseguir os contactos com os guineenses. Os fusos horários ‘espraiam-se’ por mais de 11 horas para o Brasil e de seis a oito horas para os restantes; chegaram-nos propostas incríveis de quem confundia os jogos com uma espécie de arraial minhoto de fim-de-semana, sem qualquer espécie de desprimor para essa grande manifestação cultural e social de uma das regiões mais ricas de Portugal.”
Manuel Silvério deixa escapar um suspiro de alívio de que, também nesta frente – a do desporto – as “coisas” tenham levado um impulso só possível graças “ao bom entendimento e a um certo sentido de pertença” existente entre os diversos países.
Mas ressalva: “Temos de ter sempre presente que esta é uma primeira edição, com os riscos que qualquer baptismo de um grande evento multi-continental e pluri-desportivo acarretam. Não se devem esperar, nem tão pouco exigir, níveis de sofisticação como nos Jogos Olímpicos, mas podem ter a certeza, e até exigir, que eles sejam dignos. Vamos honrar a Lusofonia!”
A comissão organizadora é obrigada a trabalhar com pelo menos cinco línguas (inglês, cantonense, mandarim, português e castelhano) e pessoas de 20 nacionalidades, os delegados técnicos de vários países, mais os convidados de vários países e regiões.

Para além da língua portuguesa

Tal como acontece com os Jogos da Francofonia e os da Commonwealth, o princípio importante na génese de um movimento com estas características é que a motivação seja a língua. A ACOLOP é uma associação dos comités olímpicos de língua portuguesa, mas no futuro as comunidades emigrantes de Macau, de Angola, do Brasil, que vivem por exemplo nos Estados Unidos podem criar uma associação olímpica, em cooperação com o comité olímpico americano e participarem nos jogos com a bandeira dos Estados Unidos. Mas, como sublinha insistentemente Manuel Silvério, “A motivação tem que ser a língua, a língua portuguesa”, uma afirmação que vai repetindo, a espaços, ao longo da conversa que com ele mantivemos.
A ACOLOP é uma associação internacional não-governamental de comités olímpicos. O Comité Olímpico de Macau candidatou-se no Verão de 2004 à organização dos Jogos e fez uma proposta nesse sentido ao Governo. Os Jogos da Lusofonia são considerados os “Jogos Olímpicos” dos países que falam português e das comunidades que falam português. Uma abrangência e tolerância dos estatutos da ACOLOP, que “se arrisca” a tornar a competição numa prova verdadeiramente global, como explicou Silvério: “Isto quer dizer que no futuro, de acordo com os estatutos da ACOLOP, os Jogos da Lusofonia podem receber delegações de países onde residem comunidades falantes da língua portuguesa, casos dos Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, França, Itália. Para citar um exemplo, muito recentemente a Galiza solicitou-nos informações, mostrou interesse, em participar. Mas nós explicámos que esse desiderato primeiro dependia da deliberação da ACOLOP e que a Galiza tem que apresentar esse desejo, essa intenção, através do Comité Olímpico de Espanha. Por isso, a tendência natural é para o alargamento dos Jogos, do número de delegações participantes”.
Esta forma dinâmica de olhar e pensar a lusofonia vai encontrando opositores naturais, a que alguns não hesitam em chamar de “velhos do Restelo do mundo moderno”. Manuel Silvério não vai tão longe, mas não é poupado na análise e nas críticas: “No Brasil e em Angola temos líderes de opinião que criticam o conceito de lusofonia em geral, e os Jogos em particular, e com certeza que Macau não pode ser responsabilizado por isso. Temos que superar essas diferenças e valorizar o que nos une: língua e cumplicidade cultural. (…) Muitos portugueses falam em lusofonia como se fosse uma ‘dádiva’ de Portugal para o mundo. Isso é incrivelmente egoísta, redutor, e uma visão antiquada e completamente errada do mundo moderno. A lusofonia é de todos: torcida, claque, pitéu, moamba…quaisquer vocábulos dos povos que falam português são expressões da lusofonia. É assim que entendemos que podemos engrandecer a língua e, naturalmente, assim engrandecer também Portugal. A lusofonia tem também de deixar de ser coisa para intelectuais ou reunião de escritores. Tem de ser mais popular, mais do povo. O desporto é o melhor meio, o melhor veículo, para alcançar esse objectivo.”
Silvério fala com números na mesa para sublinhar que nenhum evento no âmbito da lusofonia reuniu e envolveu tantos recursos.
Uma competição
ao mais alto nível

Há quem confunda os Jogos da Lusofonia com os Jogos da CPLP (de Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), mas as semelhanças ficam-se por aí, isto é, pela comunhão linguística. Desportivamente, são mundos completamente diferentes. O presidente do COJOL defende a sua dama afirmando que os Jogos da CPLP são “importantes com certeza mas não têm semelhanças com o que estamos a tentar criar com os Jogos da Lusofonia”. Este último evento, acrescenta, “é para selecções, representações olímpicas, e, por isso, do mais alto nível”.
Pela primeira vez delegações internacionais trabalharam directamente com o COJOL. Uma reunião de coordenação realizada em meados de Julho passado sentou à mesma mesa delegados técnicos das principais organizações desportivas do mundo: FIFA (futebol), a FIBA (basquetebol), a FIVB (voleibol), a ITF (ténis de mesa), o WTF (taekweendoo) e a IAAF (atletismo). Grandes federações internacionais, e não só asiáticas, como no caso dos Jogos da Ásia Oriental ou dos Jogos Asiáticos de Recinto Coberto, cuja segunda edição se realiza no próximo ano em Macau.
O dirigente diz, uma vez mais, que os paralelismos, as similaridades, podem ser encontradas em competições como os Jogos da Commonwealth ou os Jogos da Francofonia.
Há no entanto uma diferença de fundo em relação à génese da constituição dos jogos da Commonwealth, criados ainda nas fronteiras do início da descolonização inglesa, e estes jogos da Lusofonia, que se realizam pela primeira vez num território que deixou há já quase sete anos de ser administrado por Portugal. Um dado que não deve ser minimizado e que é antes um trunfo na opinião do dirigente. “Daí a vantagem dos Jogos da Lusofonia terem aparecido ‘tardiamente’, já depois da transferência de administração, e em plena soberania chinesa de Macau, e já com Portugal descomprometido de todas as suas antigas colónias. Daí a grande vantagem – também – de ser uma iniciativa não-governamental, mas sim através dos comités olímpicos nacionais (…) sem intervenção directa de nenhum governo, porque são este tipo de projectos que dão consistência e continuidade, não tendo um poder político tão vincado, tão pesado. Isto não quer dizer que os Jogos da Lusofonia, principalmente os que estamos a preparar para Outubro, não tenham também um programa cultural, nomeadamente para as Cerimónias de Abertura e de Encerramento, a par das chamadas Noites Culturais.”

Cobertura televisiva pela CCTV

Com o resto do mundo a olhar cada vez mais para a China com outros olhos, os Jogos da Lusofonia acontecem a menos de dois anos de uma das mais antecipadas olimpíadas da era moderna: Os Jogos Olímpicos de Pequim/2008.
Coincidência feliz que permite que esta grande festa, este espectáculo do mundo lusófono, esteja a ser preparada – em termos de cobertura televisiva – pelo gigante da televisão mundial CCTV, a televisão estatal chinesa. Dois mundos, e quase uma galáxia de diferenças culturais, numa imensa manifestação do mundo como aldeia global. A cerimónia de abertura, que será uma produção de elevado nível, com conteúdo internacional, está a ser preparada pela CCTV, sob coordenação e tutela do COJOL. “Quisemos assegurar, e vai ser mesmo assim, que nenhum dos países participantes se sentissem marginalizados ou discriminados. Teremos fados, samba, batuques, erhu (instrumento tradicional de cordas chinês)…julgo que esta iniciativa da ACOLOP, não só utilizando o veículo desporto para essa ligação, e acima de tudo com essas actividades culturais, julgo que vamos, de uma forma muito, muito séria promover a língua portuguesa, promover mais e mais intercâmbios para fortalecer a amizade e laços de ligação do passado, ao presente e para o futuro”, assegurou Manuel Silvério.

Cabeçsa de cartaz

A primeira edição dos Jogos da Lusofonia tem assegurada a presença de campeões do mundo, recordistas mundiais, medalhados olímpicos, outros atletas do topo das tabelas de diferentes modalidades e de atletas que, ainda na sua juventude, já prometem dar cartas a nível continental, e alguns com registos de nível mundial.
Em Julho último, na fase final da preparação desta reportagem, apenas um quarto das delegações presentes – três – tinha apresentado as listas de atletas: Macau, Moçambique e Portugal. Duas mulheres de armas encabeçam as delegações moçambicana e portuguesa: Maria Mutola (campeã olímpica e mundial dos 800 metros) e Fernanda Ribeiro (campeã mundial e europeia, e medalhada olímpica dos 10 mil metros). De Portugal vem também a fornada dos futuros campeões do futebol, a selecção de sub-21 anos, que vai tentar a qualificação olímpica para os Jogos de Pequim/2008.
A chegada da lista da selecção brasileira é aguardada com grande expectativa: os canarinhos podem trazer a Macau dos melhores praticantes mundiais de voleibol (são campeões do mundo femininos em pavilhão e de praia) e de futebol.
Manuel Silvério diz que “todos os comités olímpicos se comprometeram a enviar a Macau os seus melhores atletas e a maior delegação possível, facto que não pode deixar de ser considerado como um sinal inequívoco da vontade de participar, nem do empenho de todos no sucesso dos primeiros Jogos, que permitam que estes se prolonguem no tempo sempre com um elevado nível de atletas nas competições”.
A selecção da casa, depois do estrondoso sucesso na edição dos Jogos da Ásia Oriental do ano passado, nos quais somou mais de quatro dezenas de medalhas (11 de ouro), vai apresentar-se na máxima força. Para os atletas de Macau trata-se de uma oportunidade única de competirem directamente com os pares de nível olímpico, uma vez que Macau ainda não viu reconhecida as suas pretensão de ser membro de pleno direito do Comité Olímpico Internacional.

Lusofonia via satélite

RAEM, capital da Lusofonia: responsáveis das principais organizações mundiais de televisão demandaram nos últimos meses Macau para celebrarem acordos de transmissão que vão levar a prova até um potencial de 1380 milhões de telespectadores – 460 milhões de lares – em todo o mundo.

Macau volta a ser este ano a montra das organizações desportivas da Ásia para o resto do mundo. Um pouco à semelhança do que aconteceu no ano passado com a cobertura os Jogos da Ásia Oriental, mas desta vez com uma rede de expansão e de recepção muito maior: atletas de quatro continentes vão ser observados em acção nos cinco cantos do mundo.
Será o aperitivo, um despertar, de países dos continentes mais longínquos, como a África e América – de norte a sul -, para a realidade desportiva na Ásia e a sua vertente cultural, a dois anos dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Em termos de Lusofonia, esta é a maior cobertura de sempre de qualquer iniciativa do mundo lusófono, impulsionada pelo grande motor de promoção global que é a televisão. A CCTV vai levar os Jogos do seu gigantesco mercado interno e aos emigrantes da diáspora em todo o mundo. Foram também firmados acordos com a RTP-Internacional e RTP-África e com a Eurovisão, que vai disponibilizar as condições para que o sinal de satélite chegue à Índia (outro mercado com mais de mil milhões de potenciais telespectadores), Sri-Lanka e outros destinos mais remotos. Tudo somado, a rede de cobertura é de facto global, com os jogos a chegarem à Europa, África, América do Sul e América do Norte, através da estação nacional portuguesa…e aos sub-continentes chinês e indiano pela CCTV (que retransmite igualmente para o resto do mundo através dos seus canais internacionais). Para além do sinal emitido pela Eurovisão, que vai disponibilizar para mais de 300 televisões, televisões do Brasil, Índia e Sri-Lanka já mostraram interesse no evento. “Estamos em negociações com a CNN, a BBC, televisões de Hong Kong e outras estações internacionais para acções de promoção. Estas acções serão intensificadas principalmente durante o mês de Setembro. No segundo semestre deste mês teremos um ‘ataque cerrado’ da Lusofonia nos principais media do mundo.”
Estima-se que a cobertura chegue de entre 430 a 460 milhões de lares (vezes três pessoas por lar = um potencial de entre 1290 milhões a 1380 milhões de telespectadores!).

O homem dos grandes eventos

Quanto maior o desafio e menores as probabilidades de garantir a sua organização, mais ele se empenha e maior é a sua determinação. E quando ele se empenha, é capaz de mover mundos e fundos. Está documentado publicamente” – assim resume um colaborador próximo de Manuel Silvério o carácter batalhador do homem, dirigente desportivo.
Se Macau conseguiu a organização de uma trinca de ases de eventos desportivos internacionais o mérito tem de ir para Manuel Silvério. E só com muita ousadia, determinação e crer nas capacidades de organização pode alguém lançar-se à obra de organizar em anos consecutivos três competições de grande escala: os 4os Jogos da Ásia Oriental em 2005 – considerados unanimemente como os melhores e mais bem organizados da história da competição, a 2ª edição dos Jogos Asiáticos em Recinto Coberto, a ter lugar no ano que vem, e os estreantes Jogos da Lusofonia.
Manuel Silvério, que também desde o ano passado é vice-presidente do Comité Olímpico da Ásia (o continente em maior expansão também ao nível desportivo) diz que “factos são factos, não podem ser contornados” e admite que os conhecimentos e imagem internacional de determinados dirigentes podem ser o impulso que define esta ou aquela atribuição ou conquista. “Ao fim e ao cabo as organizações, os eventos, são coisas estáticas, e muitas vezes dependem de quem as está a viver, pensar, organizar ou liderar. Eu gosto de projectar, de fazer planos…e como muita gente, gosto de sonhar. Mas, depois de sonhar, gosto de concretizar.”
De facto, basta olhar para o papel: nascido em Macau há 52 anos, Silvério é cultural e academicamente um bilingue (português e chinês) que se tornou trilingue, juntando mais recentemente ao seu currículo um MBA em inglês. Ou seja, potencialmente, compreende ou faz-se entender com mais de dois terços da população mundial. Na sua longa carreira foi várias vezes distinguido com condecorações, prémios, medalhas e títulos honoríficos. De Portugal a Macau; da China ao Japão.
Manuel Silvério diz viver com “a alma portuguesa convivendo diariamente – mais do que uma vez ao dia – com o pragmatismo chinês”. E acrescenta: “Do português absorvi a vontade em desbravar caminhos, como os nossos descobridores o fizeram, ‘por mares nunca d’antes navegados’.” Por outro lado, sou uma pessoa de Macau. Foi aqui que eu me formei, cresci, naturalmente que no meu dia-a-dia a convivência é, neste momento, em grande parte em chinês. Naturalmente que o meu pragmatismo, o meu raciocínio, as minhas prudências – ou imprudências, às vezes… (sorriso) – são características da minha costela chinesa. É claro que também me arrepio quando ouço o hino português. Cumpri o serviço militar de dois anos e meio para o exército português.”
Pai de três filhos, “todos falamos português em casa”, Manuel Silvério acredita que Macau será um bom anfitrião e guardião da língua portuguesa e dos costumes do mundo lusófono. “Esta terra é generosa e porto de acolhimento desde os tempos da Guerra do Pacífico. Juntamos o bem receber português e a latinidade ao gosto e curiosidade em conviver com outras culturas (que caracteriza a nova maneira de pensar da China).” Uma receita que tem condimentos de sucesso, a provar em Outubro num mundo de diferenças, em que a diferença é Macau.

Distinções públicas

Uma série de distinções e condecorações preenchem folha e meia de um muito resumido, mas extenso, currículo de Manuel Silvério. São a fase visível do reconhecimento público ao dirigente que iniciou a carreira na área do desporto em Março de 1988. Medalhas de mérito desportivo e profissional, títulos honoríficos, e altos cargos. Talvez o maior, o de vice-presidente do Comité Olímpico da Ásia, desde finais do ano passado. Aliás, nos últimos oito meses, Manuel Silvério diz ter ficado por várias vezes “emocionado e sensibilizado, e, algumas vezes, surpreendido” com as demonstrações de reconhecimento de que tem sido alvo.
E um deles teve um sabor especial. Até por ter sido decidido por voto popular, e logo na maior nação do mundo: Manuel Silvério integrou o leque de dez personalidades que receberam em Pequim, a 25 de Março último, uma distinção pelo seu contributo para o desenvolvimento do desporto no mundo ou nos países onde residem, um galardão que lhe foi atribuído pelo sucesso na organização dos IV Jogos da Ásia Oriental em Outubro e Novembro de 2005. “Foram anos de trabalho que serviram para fortalecer os princípios ‘um país, dois sistemas’ e ‘Macau governado pelas suas gentes’, bem como a autonomia da região administrativa especial”, disse na ocasião.