Rodolfo Ávila

Antigo campeão asiático e chinês de Fórmula Renault 2000, Rodolfo Ávila foi o primeiro piloto a triunfar no circuito de Xangai. Aos 20 anos, o piloto de Macau continua a sonhar com a Fórmula 1, mas reconhece que só com muito dinheiro se pode entrar no “Grande Circo”

«Sem uma mala cheia de dólares entrar na Fórmula 1 é um sonho»

 

Quando é que começou o gosto pelos desportos motorizados?

 

Desde de pequenino que tenho uma grande paixão pelo desporto. Com cinco e seis anos já assistia às provas de F1 com o meu pai e com a minha irmã. Também me recordo de ver a minha irmã e o meu pai andarem de Kart! Tudo isto fez com que a paixão pelo desporto automóvel crescesse comigo. Claro que o Grande Prémio de Macau também teve muita influência.

Quais foram até este momento os melhores momentos da carreira? E os piores momentos?

 

O melhor momento foi quando ganhei a minha primeira corrida, pois a primeira vitória fica sempre marcada na memória! Foi a que maior prazer me deu ganhar. A minha participação no Grande Prémio de Macau com apenas 15 anos foi igualmente muito importante, pois era um sonho que se realizava. O pior momento foi, provavelmente, o ano passado quando tive um grande acidente em Oulton Park. Assustei-me bastante.

Macau é para muitos pilotos o mais competitivo circuito citadino do Mundo. Porquê?

 

É um circuito que tem tudo o que um piloto deseja, com zonas rápidas e outras sinuosas, onde se sente a adrenalina ao máximo. Também por ser, talvez, o circuito mais difícil do mundo converte-se em mais competitivo para um piloto.

Como é que perspectiva a evolução da carreira?

 

Desde a mudança da Ásia para a Europa que sinto que me tornei num piloto mais profissional. Estou sempre a aprender com os melhores. O objectivo é evoluir e tornar-me ainda mais rápido. Estes dois últimos anos em termos de condução foram muito bons para mim, pois progredi bastante, apenas a sorte não tem estado do meu lado.

Na actualidade só se pode chegar à Fórmula 1 com uma mala cheia de muitos milhões?

 

Sim! A Fórmula 1 é um campeonato que move milhões, onde tudo é um negócio e é muito difícil para um piloto de Macau, um território tão pequeno e que não interessa aos grandes construtores automóveis, chegar ao Grande Circo. Portanto, sem essa grande pasta cheia de dólares entrar na F1 é um sonho…

Como é que vê a evolução de Macau?

 

Macau é para mim a melhor cidade do mundo para se viver. Está a ter um crescimento explosivo, mas a qualidade de vida dos cidadãos ainda é bastante superior a outros países e cidades vizinhas. Ao mesmo tempo, está a tornar-se uma cidade de turismo, e por ser uma terra bonita, cheia de contrastes, com o jogo, com o património, pode ser um destino de férias de eleição na Ásia.

Que conselhos dá aos jovens que estão a iniciar uma eventual carreira de piloto?

 

Sei que não é fácil, pois este desporto exige muito dinheiro, mas nunca podemos deixar de lutar. É o melhor conselho que posso dar. Acho que com as condições que temos em Macau, como o Kartódromo de Coloane ou Grande Prémio, os jovens que quiserem ser pilotos têm algumas oportunidades de se tornarem profissionais um dia.

 

Quais são os seus ídolos?

 

Aryton Senna da Silva, pois foi o melhor do mundo, e o André Couto, pois teve grande influência na minha paixão pelo desporto automóvel.

 

Hawilton ou Alonso. Qual deles é o melhor? Porquê?

 

Hawilton! Provou que tem muito mais talento, muito mais que qualquer outro actualmente na Fórmula 1. Entrou este ano e quase que tem o campeonato no bolso.