Macau na reconstrução de Sichuan

A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) tem contribuído para a reconstrução da província de Sichuan, que a 12 de Maio foi abalada por um sismo que matou mais de 90 mil pessoas. Além dos 100 milhões de patacas que já foram doados, o Chefe do Executivo definiu um plano de cinco anos para apoiar a reconstrução da província. Enquanto isso, centenas de médicos e enfermeiras têm-se oferecido para ajudar as vítimas da tragédia, sendo que, até agora, já foram enviados mais de cem profissionais de Macau a Sichuan. Alguns contam, na primeira pessoa, o que viveram e sentiram

 

Enfermeira Anne Tam. Nascida em Hong Kong. Trabalha na Clínica Hope, em Macau. Mulher de sorriso fácil e olhar transparente.

“Assim que soubemos do terramoto, falámos com médicos de uma Organização Não Governamental de Chengdu, que tínhamos conhecido num conferência médica, e perguntámos se poderíamos ajudar. No dia 18 de Maio estava lá a primeira equipa da Clínica Hope, onde eu me incluí. Ao todo, foram 16 pessoas, divididas em três equipas. A última equipa da clínica regressou no dia 10 de Junho.

Ofereci-me porque sempre sonhei em partir em missões deste tipo, ajudar quem mais precisa. Fui para Sichuan porque havia lá pessoas a precisarem de ajuda.

Chegámos a Chengdu e achei que ia encontrar um cenário muito pior. Mas não. Havia pouca destruição na cidade. Só se sentia que os seus habitantes estavam muito assustados. Saíam da cidade em multidões para se afastarem dos edifícios. À medida que nos íamos distanciando da capital da província, íamos vendo cada vez mais edifícios caídos, carros luxuosos destruídos. Chegámos a uma altura em que já nem se viam carros civis a circularem. Só veículos de organizações de ajuda humanitária. Havia muitos campos de refugiados, muita gente na rua, nas estradas, gente a andar, a viajar.

Foi a primeira vez que eu chorei. Era tanta gente. Era tanto desespero, tanta destruição. Acabou por ser uma menina pequenina a consolar-me. Estava no campo, com os familiares, e disse-me para não chorar, que eles não estavam assim tão mal.

Esta menina não foi uma excepção. Não encontrei pessoas destruídas pelo desespero em Sichuan. Pelo contrário. Eles estavam positivos quanto ao seu futuro e ao da província. E não me parece que, por mais que tudo estivesse destruído, pensassem em sair dali. Sichuan é a sua casa.

O meu papel era ver que necessidades havia em cada local onde parávamos. Eu fazia as traduções e falava com as pessoas para entender que apoios tinham, o que precisavam. Lembro-me de se juntarem multidões à nossa volta cada vez que chegávamos. Havia muitos voluntários naquela zona, americanos, coreanos, mas, naquela altura, nós éramos a única equipa médica que por ali andava. Os maiores problemas que encontrámos foram respiratórios, problemas de pele, fracturas e chagas. Algumas eram consequência do terramoto, outras acontecem quando há muita gente circunscrita a um mesmo espaço. Havia ali pessoas que andaram cinco dias do topo da montanha até à vila para procurar ajuda. Não queriam sair dali, não tinham para onde ir.

Nós estacionámos numa zona rural, a três horas de Chengdu. Aí é que eu entendi bem os efeitos do terramoto nas pessoas. Elas pareciam positivas, felizes por terem apoio, mas por trás daquela aparência, havia muita tristeza.

Lembro-me de uma rapariga que estava num campo de refugiados. Era adolescente. Uma noite, ela estava a dormir quando começou a chorar e a gritar. A mãe tentava acordá-la, perguntar-lhe o que se passava, mas ela não respondia. Só continuava a gritar e a chorar.

O Governo foi muito rápido no apoio à população de Sichuan, e as pessoas não se sentiam sozinhas. Mas muitas ainda dormiam em locais provisórios, nem sabiam para onde iriam viver.

Eu voltei mais feliz, mais tranquila. Pode parecer estranho dizer isto quando se volta de uma missão destas, mas Sichuan ajudou-me a entender que é isto que eu quero fazer da vida. É exactamente isto.

Eu gostava de lá voltar. Pessoalmente, tenho saudades das pessoas que lá deixei. Amigos”.                                                                                                                                  Segundo dados estatísticos oficiais, a província de Sichuan é a nona economia chinesa, com uma taxa média de crescimento de 10,7 por cento, nos cinco anos que antecederam 2006. Com um território de 485,000 quilómetros quadrados, cerca de 5,2 vezes o tamanho de Portugal, a província tem uma população de 87 milhões de pessoas. Por ter um clima favorável à agricultura e um solo rico em recursos minerais, Sichuan é conhecida na China como a “Terra da Abundância”.

 

“Lembrar, para parar de chorar”

 

Keith Morgan. Americano. Médico na Clínica Hope, em Macau. Já vive na RAEM há tempo suficiente para ler chinês. Homem de discurso pausado e pensado.

“Fui na terceira equipa e fiquei surpreendido ao ver como estava tudo organizado. As pessoas já sabiam que teriam apoio, não morreriam à fome, nem à sede. Mas não sabiam qual era o seu futuro. Depois do choque inicial, depois de entenderem que as suas necessidades básicas teriam resposta, já conseguiam olhar friamente para o que o terramoto deixara para trás. Já não se preocupavam com a sua sobrevivência, sabiam que essa estava assegurada. Mas viam o resto do que restara das suas vidas. Para mim, essa é a necessidade actual: ouvir as preocupações das pessoas.

Tal como a primeira equipa, nós também fomos para uma zona rural, onde vimos que as pessoas estavam bem tratadas. As escolas estavam a voltar a funcionar e eles estavam a tentar voltar à normalidade, mas já mostravam sinais de depressão e desespero. Não sabiam qual seria a sua vida depois daquilo, onde era o futuro depois daquela tenda e daquela comida que lhes era servida todos os dias.

As pessoas ainda têm medo do imprevisto. De repente a terra tremeu e eles perderam tudo. Há maneiras de prevenir vários problemas, mas um terramoto…Chegou, e foi, em segundos. Agora a população tem de voltar a confiar nos outros, no clima, na província, no futuro. Eu diria que, pelo menos dez por cento das pessoas, vão demorar anos a recuperar.

Uma coisa é certa: Confiam muito no Governo, não se sentem sozinhos nem desamparados. E também acho que não hão-de querer sair de Sichuan.

Aquela ainda é a casa deles, por mais que esteja destruída. Há gerações que ali estão, e um chinês não deixa os seus mortos para trás.

Um episódio que me tenha marcado?… Nós levámos algumas cartas com desenhos de escolas de Macau para as crianças de Sichuan. Elas adoraram, riam-se, mostravam os desenhos que tinham recebido uns aos outros. Sentia-se que aquilo tinha sido importante para eles. Também me lembro que, enquanto lá estivemos, um habitante de uma aldeia fez anos e três crianças cantaram para ele. Uma delas tinha perdido um dos pais e estava ali, a cantar. O seu olhar era vazio, sem alegria, só tinha medo.

As crianças têm maneiras de afastar as memórias e neste momento há que criar actividades para elas terem contacto com os seus sentimentos. Há que fazer desenhos, contar histórias. Lembrar, para parar de chorar”.

Segundo a agência Xinhua, o sismo deixou cinco milhões de desalojados. A mesma fonte garante que mais de cinco milhões de imóveis caíram e quase seis milhões sofreram danificações.

Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), braço das Nações Unidas para a agricultura, “mais de 30 milhões de pessoas nas comunidades rurais perderam a maior parte dos bens). Estima-se que o sector agrícola tenha tido uma perda na ordem dos seis mil milhões de dólares americanos.

Segundo Wang Qiong, vice-directora da Administração de Patrimónios Culturais de Sichuan, 62 por cento do acervo cultural foi afectado pelo terramoto.

 

“As pessoas sentem-se perdidas”

 

Leong Io Leng. Enfermeira do Hospital Conde São Januário. Integrou a segunda equipa de 21 médicos e enfermeiros que partiu para Sichuan. Onze membros do grupo eram do Hospital Conde São Januário, os restantes vinham do Hospital Kiang Wu.

“Quis ir porque sou chinesa, e havia lá equipas de todo o mundo. É uma questão de humanidade. Escolhi o curso de enfermeira por isso mesmo, gosto de sentir que sou útil.

Quando chegámos, dia 10 de Junho, quase um mês depois do terramoto, já estava tudo apaziguado, resolvido. Mandaram-nos para Nanchong, a segunda maior cidade de Sichuan com cerca de sete milhões de habitantes, onde estivemos no Hospital Chuan Bei a ajudar no serviço diário.

Nanchong é distante da área do terramoto, mas, mesmo assim, o tremor de terra causou ali 43 mortos. O Chuan Bei enviara equipas médicas para a zona mais afectadas e, portanto, precisavam de gente que garantisse o funcionamento do hospital. Embora tivéssemos recebido formação específica para operar em situações de catástrofe natural, a verdade é que temos pouca experiência nestes contextos e, portanto, preferiram que ajudássemos a manter a cidade de Nanchong do que ir para o centro dos problemas.

Mais do que de médicos, Nanchong precisava de gente que ouvisse os seus habitantes. A população precisava de apoio psicológico. As pessoas sentem-se perdidas, não sabem como encarar o futuro. Sichuan é uma província muito bonita e turística. Com o terramoto, muitas das atracções foram destruídas e isso afecta o futuro da população.

Aquilo que eu mais senti ao regressar a Macau foi que o cidadão de Macau tem muita sorte porque nós temos muitos recursos. Quando estive em Sichuan vi que há gente que não tem dinheiro, vi gente a dormir à porta do hospital. Eu já tinha saído de Macau, mas como turista. Não tinha ido a hospitais, nem a casa das pessoas. A China tem muita gente e não há recursos para todos”.

No dia 13 de Maio, os soldados conseguiram resgatar 500 pessoas soterradas, em Mianzhu. No mesmo dia, em Dujiangyan, uma grávida de oito meses foi retirada com vida dos escombros.

Dez dias depois, foi encontrada, com vida, uma mulher de 100 anos. A sua casa, situada no alto de uma montanha desabou e ela esperou 11 dias que a resgatassem. O seu nome é Li Xiaolan.

A 17 de Junho, 36 dias após o sismo, foi encontrado um porco com vida. O animal sobrevivera comendo carvão vegetal e bebendo água da chuva. Foi chamado de Zhu Jianqiang, que significa Porco Forte, e passou a simbolizar a vontade de viver do povo chinês.

 

“As pessoas confiam umas nas outras”

 

Kong Pui San. A enfermeira mais nova da equipa da Hospital Conde São Januário. Tem 24 anos. Pensa bem antes de falar, mas fala com certezas.

“As pessoas lembram-se da vida passada, há quem tenha perdido tudo. Podem ter a família toda reunida, mas perderam as propriedades. E por isso agradecem tudo o que venha.

Quando chegámos, um médico do Hospital Chuan Bei apresentou-me a um paciente. Disse que tínhamos vindo de Macau para o ajudar. Ele agarrou na minha mão e o olhar dele era de agradecimento puro. Ele nem sabia onde era Macau.

Houve outra história que me marcou muito. No hospital estava um idoso que tinha de ser operado. O filho dele era engenheiro electrotécnico e precisava de partir, para repor electricidade numa localidade. Antes de partir, o filho veio ter comigo, perguntou se era voluntária. Eu disse que sim. Ele pediu-me para tomar conta do pai, porque tinha de partir, tinha de ir trabalhar. Eu prometi-lhe que todos os dias iria vê-lo. Ele não me conhecia de lado nenhum e confiou em mim. As pessoas confiam umas nas outras, sabem que não estão sozinhas e que podem pedir ajuda.

A cidade de Nanchong é linda e há 100 anos que não havia terramotos. Eles ainda nem entenderam bem o que aconteceu, nem porque aconteceu. Mas acho que este apoio que estão a receber ajuda-os a pensarem no futuro com mais esperança.

O que aprendi com Sichuan? Que toda a gente pode fazer um grande esforço, toda a gente pode fazer a diferença. E talvez haja enfermeiras com mais experiência do que eu em Sichuan, mais sábias e desenvoltas, mas eu tentei, dei o melhor de mim e penso que isso é o mais importante.

Não, não sinto que os abandonei porque não somos a única equipa de Macau. Há muito mais voluntários a quererem partir”

No dia 19 de Maio, às 14h28, a China silenciou-se durante três minutos, em memória das vítimas do terramoto.

A Bolsa parou, os casinos de Macau, que trabalham todos os dias do ano, interromperam as operações, enquanto, nas ruas, os cidadãos quedavam-se imóveis nos passeios e, nas estradas, os carros buzinavam.

O Governo de Macau doou 100 milhões de patacas à causa, seguido pela Fundação Macau que entregou 10 milhões. Ao Gabinete de Ligação do Governo Central, chegaram mais de 200 milhões de patacas em donativos da população de Macau.

 

“Não recordar o passado nem o terramoto”

 

Lau Wai Lit. Médico cirurgião ortopédico. Chefe da equipa do Hospital Conde São Januário. Sorriso aberto, gosto em falar.

“Sou médico cirurgião ortopédico, não sei porque me escolheram para líder da equipa. Fiquei orgulhoso quando soube, mas não sabia se conseguiria fazer um bom trabalho. Quando fomos, Lei Chin Ion, director de Serviços de Saúde, disse-nos que estávamos a representar o povo de Macau e que tínhamos de fazer bem o nosso trabalho. Tentam ajudar os outros para não pensar, não recordar o passado, nem o terramoto. Enquanto estão a ajudar os outros, não estão a lamentar a sua sorte. Sichuan não é só uma questão material ou de dinheiro. É também uma questão de amor. As piores emoções já passaram, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Agora é preciso dar tempo ao tempo. Não é de pessoal médico que eles precisam, mas de apoio psicológico.

Eles sentem-se muito suportados, apoiados, sentem que a China está unida, com eles.

Um dia, um médico do Hospital Chuan Bei perguntou de onde eu era. Eu respondi que vinha de Macau, mas estávamos a fazer pouco, não éramos uma grande ajuda porque não estávamos nas áreas mais afectadas. Ele respondeu que só o facto de ali estarmos, a fazer o serviço diário do hospital, já era muito importante.

Muita gente não sabia onde era Macau. Entendiam que éramos chineses e que falávamos a mesma língua. Nós dizíamos que éramos de um sítio próximo de Hong Kong. Isso, eles conheciam.

Sim, claro que algo mudou em mim. Eu era o capitão da equipa do hospital Conde São Januário, não estava lá só para ajudar. Era também responsável pela equipa, pela missão. Antes de ir, pensava que podíamos ajudar individualmente, mas agora entendo que um não pode não fazer nada. A união é importante e como equipa podemos fazer muito.

Quando voltámos, receberam-nos com entusiasmo e disseram-nos que estão a preparar a reconstrução de Sichuan. Ainda não há uma decisão sobre quem vai ou quando vão, mas sei que há 600 voluntários prontos para partir”.

Quase vinte mil pessoas continuam desaparecidas nos destroços de Sichuan.

A China adiantou que a reconstrução da província levará três anos.

 

Novos apoios para ajudar Sichuan

 

No dia 27 de Junho, o Chefe do Executivo de Macau, Edmund Ho, e o de Hong Kong, Donald Tsang, partiram para Sichuan para mostrar que os dois territórios não esquecem as vítimas do sismo de dia 12 de Maio. Mas o objectivo não era só este. No Aeroporto Internacional de Macau, Edmund Ho explicou aos jornalistas que queria conhecer pessoalmente os planos de reconstrução da província, de forma a definir qual seria a colaboração de Macau. Segundo o Chefe do Executivo, a Região Administrativa Especial de Macau já elaborara vários projectos preliminares que seriam analisados com as entidades governamentais da província de Sichuan.
As delegações chegaram nessa mesma noite a Chengdu, onde foram recebidas pelo vice-governador da província de Sichuan, Wei Hong. O vice-presidente do país, Xi Jinping, também se encontrou com Donald Tsang e Edmund Ho, agradecendo a preocupação e o carinho que Macau e Hong Kong demonstraram nos trabalhos de apoio e recolha de donativos para Sichuan. Dava-se assim início a uma maratona de dois dias de trabalhos em que os dois líderes fariam mais do que consolar a província de Sichuan. Tanto Donald Tsang como Edmund Ho queriam participar na reedificação da província. As 48 horas de visita serviriam para entender os estragos do sismo e planear a reconstrução das vidas que o terramoto deixará sobreviver.
No dia seguinte, as duas comitivas cumpriram um programa de 12 horas que teve início com uma visita a um campo de alojamento temporário, no Bairro Danan do distrito Xiaoyudong no município Pengzhou, à Escola Temporária do distrito Tongji, e às zonas afectadas pelo terramoto no distrito Xinxing e no município Dujiangyan,
A tarde esteve reservada aos encontros com os dirigentes da província de Sichuan, nomeadamente o secretário do comité provincial, Liu Qibao, o vice-secretário do comité provincial e governador de Sichuan, Jiang Jufeng, e vários vice-governadores, para conhecer em concreto os planos de reconstrução da província.
Da reunião, saiu a decisão já esperada: o Governo da RAEM iria criar um grupo de coordenação para apoiar a reconstrução das zonas afectadas pelo terramoto em Sichuan. O chefe do Governo explicou também aos jornalistas que a coordenação do grupo interdepartamental, que irá gerir a ligação com a província de Sichuan, será assegurada pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Fernando Chui Sai On, membro integrante da comitiva de Macau na visita a Sichuan.
A primeira fase da ajuda passará por um mecanismo de comunicação entre Sichuan e Macau de forma a debater e coordenar os trabalhos de reconstrução. Edmund Ho garantiu que os apoios oferecidos por Macau e Hong Kong serão preferencialmente dirigidos à reabilitação de infra-estruturas públicas, nomeadamente hospitais, escolas, instalações culturais e desportivos, vias rodoviárias e pontes. Os dois chefes do Executivo também não esqueceram as zonas de criação de pandas, prometendo apoiar a sua reconstrução. “Faremos tudo o que nos for possível para ajudar”, afirmou Edmund Ho aos jornalistas, garantindo que a ajuda irá ultrapassar os 100 milhões de patacas, doados pela RAEM logo após o sismo. E assim foi. Macau vai disponibilizar 5,5 mil milhões de patacas em cinco anos.

Já foram identificados os primeiros 17 projectos de reconstrução, avalidos em cerca de 1180 milhões de patacas, que incluem a reconstrução de casas de agricultores, infra-estruturas, educação, saúde e instalações de serviços comunitários.