A marca Portugal

São actividades difíceis de contabilizar. A Casa de Portugal em Macau (CPM) tem vindo a desenvolver nos últimos anos um programa intenso virado para a área cultural, que se pauta pela continuidade.

 

São actividades difíceis de contabilizar. A Casa de Portugal em Macau (CPM) tem vindo a desenvolver nos últimos anos um programa intenso virado para a área cultural, que se pauta pela continuidade. Além de concertos e exposições, organizados sobretudo para assinalar datas de referência para a comunidade, a associação tem sido a impulsionadora de uma série de workshops em disciplinas como a joalharia, com um ateliê permanente, as artes plásticas e a fotografia.

Embora a Casa de Portugal não seja, na essência, uma organização virada para as artes, faz da cultura um dos seus principais campos de trabalho. Tal opção, explica Amélia António, presidente da CPM, tem uma dupla razão de ser. “Em primeiro lugar, ao permitirmos às pessoas terem contacto com este tipo de conhecimentos, estamos a transmitir uma maneira de ser e de estar de uma cultura que é portuguesa”, justifica.

Além disso, mas não menos importante, a Casa de Portugal pretende “abrir portas à criatividade” e contribuir para a diversificação cultural e económica da RAEM. Ao se veicularem novos conhecimentos, explica a responsável, gera-se a oportunidade de se encontrarem diferentes vocações. “É um contrabalanço à indústria dominante”, diz a responsável, lembrando que tem sido propósito da RAEM diversificar a economia local. “Contribuímos ainda para demonstrar que em Macau se podem fazer outras coisas”, acrescenta, referindo-se ao jogo e aos casinos, um dos lados mais visíveis do território.

Amélia António não esquece a importância da educação. Por norma, a aquisição de conhecimentos que permitam intervir na área cultural faz-se em escolas. Ora, os workshops disponibilizados pela Casa de Portugal são sobretudo dirigidos a pessoas que já não têm possibilidade de frequentar instituições de ensino.

Além da formação, a Casa de Portugal tem investido na produção de documentários, estando a trabalhar em duas dezenas de filmes dedicados às festividades tradicionais de Macau. Está igualmente a ser preparada uma série de ficção, com a formação dos actores já escolhidos para o projecto televisivo. Quanto à sétima arte, a entidade tem vindo a organizar diversos ciclos de cinema.

As instalações da associação têm acolhido também exposições e a apresentação de livros. As datas mais emblemáticas para a comunidade portuguesa, como o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, são assinaladas com eventos vários, incluindo concertos.

I.C.