Pavilhão da China: entre a tradição e a modernidade

A “Coroa Oriental” conjuga elementos da cultura milenar chinesa com traços vincados do progresso industrial e tecnológico. Vestido de vermelho, o Pavilhão da China aponta caminhos para um futuro mais sustentável

 

Como acontece sempre no caso do país anfitrião de uma Exposição Universal, o Pavilhão da China – a “Coroa Oriental” – eleva-se no parque da EXPO Shanghai, projectando uma imagem que ecoa simultaneamente o passado de uma nação milenar e o presente e o futuro de um país em ascensão.

He Jintang, coordenador do projecto do pavilhão, salienta que “nem sempre é fácil incorporar de forma adequada conceitos de arquitectura tradicional chinesa com uma construção que projecta a modernidade e o progresso”. Não terá sido fácil, mas para muitos observadores foi não só possível, mas plenamente conseguido. Num primeiro olhar sobressai a feição imponente e imperial de um edifício que se eleva aos 63 metros de altura. Mas rapidamente se vislumbra também uma estrutura de aço e vidro contemporânea e leve, em que os conceitos taoistas estão omnipresentes. Os diferentes elementos associados ao yang (princípio activo, luminoso, masculino) e ao yin (passivo, nocturno e feminino) são reflectidos no interior e no exterior da estrutura, em clima de harmonia – pedra angular da cultura chinesa.

 

Coroa vestida de vermelho

 

A “Coroa Oriental”, projecto escolhido entre 313 candidaturas, está vestida de vermelho garrido, cor auspiciosa na China que sinaliza o vigor e a prosperidade. He explica que “o vermelho garrido, já há muito associado com a China serve para lembrar a cidade proibida”. Para cobrir o pavilhão foram usados sete tons de vermelho, alusivos às tonalidades patentes na Cidade Proibida. Estima-se que a cor permaneça assim tão resplandecente por mais três décadas, uma vez que o edifício foi construído para se tornar numa estrutura permanente. O seu desenho é concebido de modo a oferecer uma protecção natural ao sol e favorecer a poupança de energia. O exterior absorve o calor e o frio, fazendo jus ao tema da própria Expo: “Melhor Cidade, Melhor Vida”.

Lá dentro, vai estar patente a exposição “A Sabedoria Chinesa no Desenvolvimento Urbano”. À sua volta estarão os pavilhões das duas regiões administrativas especiais da China: Macau e Hong Kong.

“Nem sempre é fácil incorporar de forma adequada conceitos de arquitectura tradicional chinesa com uma construção que projecta a modernidade e o progresso”