Malaca lusa discutida em Macau

O Clube C&C exibe no dia 20 de Fevereiro o documentário “A Terra do Padre”, com presença do realizador, James Jacinto, e da autora, Silvie Lai, que falarão com o público depois do visionamento do filme.

 

“A Terra do Padre” é um documentário sobre Malaca, onde a presença portuguesa foi relativamente curta (1611-1641). O território foi depois holandês e tomado, em 1824, pelos britânicos. Em 1957, quando a Malásia se tornou um país autónomo, integrou o estado de Malaca.

Na região, há poucos vestígios arquitectónicos do período colonial português. Todavia, persistem sinais inconfundíveis desse período, enraizados numa pequena comunidade que se autodenomina “portugueses de Malaca”, “kristang” ou “euroasiáticos portugueses”. Essa influência sedimentou-se nas próprias pessoas, passou de geração em geração e foi também assimilada à distância, já que a maioria dos kristang nunca esteve em Portugal. A contínua presença de padres portugueses até à década de 90 do século XX – Malaca esteve até então sob a alçada da diocese de Macau – e o contacto regular com visitantes portugueses contribuíram para esse processo. Aspectos dessa influência encontram-se na sua língua, okristang, crioulo de base portuguesa, nos apelidos portugueses e nos nomes das ruas do Bairro Português, onde se concentra hoje a comunidade, nas tradições cristãs e ainda nas festas populares.

Quais as possibilidades e condições de manutenção e transformação de uma cultura minoritária? E quais os limites do que se pode entender por identidade cultural? Questões sobre as quais se pode reflectir a partir do filme e que certamente serão abordadas no debate.

Malaca foi também objecto de um interessante artigo, com o padre Lancelote Miguel Rodrigues, na revista Macau nº 23. Recorde aqui e participe amanhã no debate.