Multiculturalidade de mãos dadas

A 5.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, organizada em conjunto com o 16.º Festival da Lusofonia, arrancou a 28 de Outubro com o melhor do artesanato, gastronomia e música lusófona

 

Lusofonia

 

Pelo quinto ano consecutivo e com um sabor ainda mais especial de comemoração pelo 10.º aniversário do Fórum Macau, a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa animou por uma semana a cidade, com o melhor da multiculturalidade da RAEM. Enquanto na vila da Taipa artesãos promoveram a arte, escultura, costura, vidraria, têxteis, joalharia e bordados dos países e territórios da língua portuguesa participantes, no restaurante Feast, do hotel Sheraton, dez chefs de oito países, além de Macau e Goa, Damão e Diu, divulgaram o melhor da sua gastronomia.

Na residência consular de Portugal em Macau esteve ainda patente durante os meses de Outubro e Novembro a mostra fotográfica “Patrimónios Comuns dos Países de Língua Portuguesa”, numa selecção de 65 fotografias de Joaquim Magalhães de Castro, sem identificação do lugar, que pretendem “destacar a união entre todos os povos” lusófonos e que abrangiam, a partir do mar português, a língua, a miscigenação, religião, património edificado e tradições das diferentes culturas.

Esteve ainda aberta ao público a Exposição de Arte Contemporânea dos Países de Língua Portuguesa, uma colectiva com obras originais de sete artistas: Álvaro Macieira (Angola), Eduardo Fonseca (Brasil), António Firmino (Cabo Verde), João Carlos Barros (Guiné-Bissau), Naguib Elias (Moçambique), António Trindade (Portugal) e Abel Júpiter (Timor-Leste).

A semana cultural contou ainda com a participação de músicos lusófonos que actuaram ao longo da semana no Largo do Senado e no fim de semana nas Casas Museu da ilha da Taipa, culminando com a 16.ª edição do Festival da Lusofonia, que além da gastronomia, música e artesanato, promoveu outros focos de animação como jogos tradicionais. Além do Grupo de Música e Dança da Província de Anhui subiram ao palco os Maya Cool (Angola), Ammy Injai (Guiné-Bissau), Syndicate & Floor Fillers (Goa, Damão e Diu), Kumpania Algazarra (Portugal), Stewart Sukuma (Moçambique), Mirri Lobo e Banda (Cabo Verde), Edu Casanova (Brasil), Nilo Jalégo & Florentina (São Tomé e Príncipe) e Estrela do Mar (Timor Leste).

Um dos pontos altos do festival foi a parada cultural da China e dos países de língua portuguesa que animou o centro histórico de Macau. Além da música e das caras pintadas, das andas e das guitarras de Goa, o percurso entre as Ruínas de São Paulo e o Largo do Senado foi preenchido com muita dança dos países africanos e com os tambores do grupo de capoeira do Brasil, composto essencialmente por residentes em Macau dos vários países de língua portuguesa. Ao longo de cerca de 500 metros, a animação no centro da cidade ganhou nova vida e o turismo encontrou novos pontos de interesse para uma fotografia pouco comum, num percurso habitualmente repleto de visitantes da China que procuram produtos made in Macau para mostrar no continente chinês.

A edição 2013 da Semana Cultural esteve, como salientou Rita Santos, secretária geral adjunta do Fórum Macau, ainda mais virada para o residente local e para os turistas, já que muitos dos eventos decorrem em pontos de grande afluência turística como o Leal Senado de Macau.

Inserida no 10.º aniversário do estabelecimento do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), a 5.ª Semana Cultural, que se prolongou até 7 de Novembro, foi organizada pelo Secretariado Permanente do Fórum Macau com a colaboração do Instituto dos Assuntos Cívicos e Municipais e da Direcção dos Serviços de Turismo. O evento contou com um orçamento de 12 milhões de patacas, contra os sete milhões de patacas da edição anterior, resultado de um maior investimento no cartaz do evento cultural precisamente por causa dessa efeméride.