25.º aniversário do IPOR em Macau

O Instituto Português do Oriente (IPOR), em Macau, vai assinalar em Outubro o 25.º aniversário com uma exposição que percorre os principais momentos da actividade da instituição.

 

Em declarações à agência Lusa, João Neves, director do IPOR, explicou que os 25 anos são assinalados também “com todas as actividades que o IPOR vai organizando entre 2014 e 2015, num programa que se pretende variado e apelativo”. “A exposição é um marco do nosso percurso, eventualmente algo de mais visível a marcar uma celebração, mas temos outros projectos, como o Guia de Conversação chinês/português, e concluir as ferramentas digitais para os professores, projectos que estarão terminados até ao final do ano”, disse.

Com o Guia de Conversação, que está a ser traduzido, e com o ‘software’ para os professores, João Neves defende que “ficam criadas as ferramentas adicionais que visam facilitar uma melhor aprendizagem da língua que podem ser utilizadas quer em Macau, quer noutros pontos da região”.

Além do reforço dos materiais disponíveis para professores e alunos, o IPOR vai apostar num desafio às competências linguísticas, lançando até ao final do ano um campeonato de língua para alunos das escolas e das universidades em colaboração com outras instituições ligadas ao ensino da língua. “Pretendemos iniciar este campeonato com cerca de mil alunos, aos quais vão ser distribuídos, em três fases distintas, alguns desafios na língua portuguesa que vão aumentando de dificuldade até chegarmos a um grupo de 30 alunos na fase final”, disse ao acrescentar que os desafios “não serão um teste pela vertente avaliativa, mas um desafio lúdico aos conhecimentos”.

O campeonato “é uma aposta que acreditamos poder vir a ser uma referência que estimule a aprendizagem nas diversas instituições porque se os programas existem há que proporcionar um momento em que os alunos possam mostrar que aprendem e que desenvolvem competências”, considerou.

A “Stand-up comedy” com o humorista João Seabra marca presença no IPOR e “em várias escolas de Macau” entre 6 e 12 de Outubro, enquanto a “língua e o futebol” serão o tema forte da Conferência IPOR a realizar a 6 de Dezembro pela sócio-linguista Clotilde Almeida, da Universidade de Lisboa.

O DOC Lisboa volta a Macau em Novembro desta vez com a participação do realizador André Almeida, cujo documentário “A campanha do ‘Creoula'” foi recentemente premiado em Portugal”. “Temos um conjunto de iniciativas que ajudam a consolidar o nosso papel enquanto promotores da língua e de expressões da cultura portuguesa, ao mesmo tempo que apostamos na modernização e ampliação das formas de ensino acompanhando as novas tecnologias”, concluiu João Neves

 

Cativar novos alunos

A aposta no ensino dos mais pequenos para promover o bilinguismo na Região Administrativa Especial chinesa, segundo a sua direção, é para manter. “Neste momento, e para além dos cursos específicos para empresas e para a Administração Pública em que registamos já 1.400 alunos em 28 acções de formação em 2014, temos inscritos outros 1.120 alunos nos nossos cursos geral e de crianças, um número que reflecte uma subida, especialmente com novas inscrições”, referiu João Neves.

O mesmo responsável salienta que estas novas inscrições nos cursos “podem indiciar interesse e uma maior consciência para a utilidade da aprendizagem do português em Macau” e que “sendo alunos novos conferem ao IPOR a sustentabilidade dos cursos que se espera seja reforçada no futuro”. “Por outro lado, o curso de crianças (de três anos), que arriscámos lançar em novos moldes em 2013 e que tem atualmente 60 inscritos, reforça o nosso papel junto dos mais novos incutindo, por um lado, o interesse pelo português, e, por outro, reforçando desde cedo as competências linguísticas dos jovens de Macau”, explicou.

João Neves lembrou que, assim, o ensino do português fica, no IPOR, “articulado a partir dos seis anos de idade” e que esta formação inicial permite pode ter “continuidade no curso geral que é de cinco anos”. “A estabilidade e o reforço da nossa intervenção na sociedade também acontece quando, promovendo o interesse pela aprendizagem da língua, contribuímos para uma melhoria dos serviços e para a diversidade e singularidade de Macau”, disse.

Já no campo dos cursos de formação, João Neves quer “fomentar a articulação com a Administração Pública e com as empresas numa estratégia de reforço das competências dos quadros locais”.

Já em Outubro, o IPOR abre, com esse fim, um curso para fins académicos, destinado a pessoas que lidam com o processamento de informação, vai manter os cursos intensivos de conversação que reforçam a capacidade linguística e os cursos intensivos de língua.

O IPOR, dedicado a divulgar a língua e cultura portuguesas em Macau e na Ásia, tem atualmente cerca de 25 formadores de língua portuguesa em Macau.