Política | A nova liderança de Macau

Uma equipa experiente, tecnocrata e maioritariamente bilingue. A RAEM é desde 20 de Dezembro liderada por um executivo renovado. Chui Sai On substituiu oito dos nove titulares dos principais cargos governativos e insuflou sangue novo também no Ministério Público. A aposta do Chefe do Executivo é clara: quadros experientes e qualificados para fazer frente aos novos e velhos desafios

Governo da RAEM

 

“Uma equipa com espírito inovador, capaz de injectar um novo dinamismo à governação do território.” Foi com estas palavras que Chui Sai On apresentou os membros do elenco governativo que ao longo dos próximos cinco anos estará ao leme dos destinos da RAEM.

O Chefe do Executivo deu a conhecer no início de Dezembro os novos titulares dos principais cargos quer do IV Governo da RAEM, quer do Ministério Público. Se na Procuradoria-Geral a substituição de Ho Chio Meng ao fim de 15 anos era aguardada, no Executivo as alterações promovidas por Chui Sai On e sancionadas pelo Governo Central atingiram o alcance de uma “quase” revolução. Chui, que iniciou a 20 de Dezembro o seu segundo e último mandato de cinco anos como líder do Executivo, conduziu uma remodelação exaustiva. Apenas Ho Veng On, que ocupou durante os últimos cinco anos o cargo de Comissário da Auditoria, transitou para o novo governo.

Dos oito novos dirigentes da RAEM, apenas o substituto de Francis Tam Pak Yuen na pasta da Economia e Finanças, Lionel Leong Vai Tac, não domina a língua portuguesa. O empresário, que soube contornar com agilidade o declínio da indústria têxtil de Macau, é ainda responsável por uma outra excepção: é o único membro do IV Governo requisitado ao sector privado. A esmagadora maioria dos novos titulares dos principais órgãos apresenta uma longa folha de serviço nas fileiras da administração pública, tendo dedicado parte substancial da carreira à gestão da causa comum. Excepção feita a Lionel Leong, todos os secretários integram há mais de duas décadas os quadros da função pública do território.

Chui Sai On salientou que durante os próximos cinco anos a nova equipa irá dar continuidade ao trabalho desenvolvido durante os 15 primeiros anos de vida da RAEM. Definindo os novos titulares dos principais cargos públicos como “personalidades com grande experiência”, o Chefe do Executivo acredita que eles vão dar o seu contributo à gestão da causa pública com uma abordagem inovadora e uma dinâmica renovada.

 

Sónia Chan Hoi Fan

 

Secretária para a Administração e Justiça

Sonia Chan Hoi Fan, versatilidade e experiência ao leme da administração

 

Num elenco governativo maioritariamente constituído por homens, a pasta da Administração e Justiça irá continuar nas mãos de uma mulher. Sonia Chan Hoi Fan foi confirmada no cargo desempenhado por Florinda Chan ao longo dos primeiros 15 anos de vida da RAEM e, a exemplo do que sucedia com a sua antecessora, não falta a Chan Hoi Fan conhecimento de causa no que diz respeito à dinâmica interna dos serviços públicos do território.

Antes de assumir, em 1999, a tutela da justiça e da função pública, Florinda Chan contabilizava 25 anos de experiência nos meandros da máquina administrativa. O percurso de Sonia Chan Hoi Fan enquanto funcionária pública não é tão vasto, mas é mais ecléctico: desempenhou funções em três instâncias diferentes, antes de assumir em Abril de 2007 as funções de primeira coordenadora do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais.

Nascida na Província de Guangdong em Dezembro de 1964, completou uma licenciatura em Direito pela Universidade Sun Yat-Sen em 1986. Uma década depois, em 1996, concluiu uma pós-graduação em Direito Penal pela Universidade Popular da China. Foi também em Direito Penal que obteve em 2000 o grau de mestre na mesma instituição.

Quando concluiu o mestrado, já se movimentava há quase uma década nos meandros da função pública. De 1994 a 1998, liderou a divisão de Registo Criminal da Direcção dos Serviços de Identificação e entre 1998 e 2010 assumiu o cargo de subdirectora dos Serviços de Identificação, estatuto que acumulou durante três anos – entre 2007 e 2010 – com as tarefas de coordenação do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais, organismo que dirigiu até 20 de Dezembro de 2014.

Casada, com dois filhos, desempenhou ainda funções como conselheira legal junto da Direcção de Serviços de Educação e Juventude, exercendo até recentemente o cargo de vogal da direcção da Associação Promotora da Instrução Pós-Secundária de Macau. A nova secretária ajudou a criar a Associação das Funcionárias Públicas de Macau, organismo a que presidiu durante oito anos, entre 1999 e 2007.

 

Lionel Leong Vai Tac

 

Secretário para a Economia e Finanças

Lionel Leong, o empresário com o toque de Midas

 

O recuo nas receitas geradas pelas operadoras de jogo premedita um reajustamento do mercado e Lionel Leong Vai Tac, de 52 anos, é o homem em quem Chui Sai On deposita confiança para recolocar sobre os eixos a economia. Proveniente do sector privado, a exemplo do que sucedia com o seu antecessor no cargo, Lionel Leong é um dos mais bem-sucedidos empresários de Macau, tendo desempenhado funções em vários organismos públicos. Com uma influência política crescente, foi um dos poucos empreendedores do território a conseguir contrariar a lenta agonia da indústria têxtil, ao converter as unidades industrias que possuía numa das maiores e mais avançadas lavandarias do mundo.

Nascido em 1962 no seio de uma família humilde – o pai era veterinário nos quadros do antigo Leal Senado – com raízes na Província de Guangdong, concluiu em 1983 uma licenciatura em matemática pela Universidade canadiana de Waterloo e regressou no mesmo ano a Macau para exercer funções numa empresa do sector têxtil. Em 1987, com 25 anos, tornou-se empresário, ao adquirir uma pequena unidade fabril em dificuldades financeiras. A Companhia Sang Seng empregava na altura pouco mais do que 30 funcionários, mas 12 anos bastaram para transformar a empresa num dos maiores activos industriais de Macau: em 1999 o conglomerado dava emprego a quase um milhar de operários e produzia anualmente três milhões de peças de vestuário que exportava para países como o Japão, os Estados Unidos, a Alemanha, o Canadá, a Coreia do Sul ou Singapura. Com o irromper da crise financeira internacional, os desafios com que o sector têxtil se confrontava acentuaram-se e em 2009 Leong Vai Tac reinventou-se como empresário, ao criar em Coloane uma das maiores lavandarias industriais do mundo.

Casado, com três filhos, tido como próximo do primeiro Chefe do Executivo, Edmund Ho, Leong Vai Tac potenciou ao longo da última década e meia um destacado perfil político. No domínio público, o novo Secretário para a Economia e Finanças foi assumindo ao longo dos anos cargos de enorme projecção, quer em Macau, quer junto da hierarquia da República Popular da China. Líder dos representantes da RAEM junto do 12.º Comité Nacional da Conferência Consultiva do Povo Chinês, membro do Conselho Executivo e vice-presidente da influente Associação Industrial de Macau, é ainda vice-presidente do Conselho Consultivo do Ambiente e teve um papel preponderante na fundação, em 1997, do Centro de Pesquisa Estratégica para o Desenvolvimento de Macau, um dos mais influentes think tanks do território.

 

Wong Sio Chak_Secretário para a Segurança

 

Secretário para a Segurança

Wong Sio Chak, método e diligência no combate ao crime

 

Cresceu a ouvir articular os fonemas de um dos mais conservadores e arcaicos dialectos falados no sul da China – o Teochew – e a ecléctica infância passada na região de Jieyang, na Província de Guangdong, acabaria por embalar Wong Sio Chak para uma carreira versátil e cosmopolita. Nascido em Setembro de 1968, obteve uma licenciatura em Direito pela Universidade de Pequim em 1990 e entre 1991 e 1993 deu continuidade aos estudos, ao cursar português e Direito na Universidade de Coimbra na qualidade de bolseiro de Macau. Completou a seguir uma pós-graduação na Universidade de Macau, tendo entrado ao serviço da Polícia Judiciária em Fevereiro de 1994. Desempenhou o cargo de técnico-superior na polícia de investigação até Dezembro do mesmo ano, tendo exercido depois durante 11 meses as funções de conselheiro judicial. Entre 1995 e 1997, foi um dos funcionários da Polícia Judiciária que tomaram parte no programa de formação de magistrados lançado pela administração portuguesa e promovido pelo Centro de Formação Jurídica e Judiciária. Concluído o programa de Formação de Magistrados Judiciais e do Ministério Público, foi nomeado para o cargo de procurador do Ministério Público junto do Tribunal Judicial de Base, antes de ocupar, em 1998, o cargo de director-adjunto da polícia de investigação. Em Dezembro de 1999, começou a desempenhar funções como director-substituto da Polícia Judiciária. Em Março de 2000, foi nomeado procurador-adjunto e em Novembro do mesmo ano ascendeu ao topo da hierarquia da polícia de investigação, ocupando até ao final do último ano o cargo de director daquela força policial. O extenso mandato de quase uma década e meia à frente dos destinos da Polícia Judiciária ficou pautado pela modernização das instalações e dos métodos de investigação adoptados pela organização. Presidente honorário da Associação Cultural e Policial Kuan Tai, Wong Sio Chak substituiu a 20 de Dezembro Cheong Kuok Va na liderança da Secretaria para a Segurança. É casado, com duas filhas.

 

Alexis Tam Chon Weng

 

Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura

Alexis Tam, o amigo de Portugal

 

Nascido no Myanmar, Alexis Tam Chon Weng assume aos 51 anos a pasta dos Assuntos Sociais e Cultura, depois de no último elenco governativo ter sido o rosto e a voz do Executivo. Filho de um comerciante de ouro, emigrou para Macau era ainda uma criança, na sequência das perseguições de que as comunidades chinesas radicadas no Myanmar foram alvo. O pai possuía várias ourivesarias em Yangon e deixou os negócios para trás para recomeçar a vida em Macau.

Católico, Alexis Tam completou a instrução primária numa escola administrada pela irmãs da Sagrada Família, fez o ensino secundário na Escola Pui Ching e no início da década de 80 partiu para Taiwan para estudar gestão de empresas na Universidade Nacional de Chengchi. Regressado a Macau, trabalhou durante alguns meses numa instituição bancária, mas a ligação à banca acabou por não vingar. Acabou por embarcar numa nova aventura menos de um ano depois, rumando a Lisboa com uma bolsa de estudos. Em Portugal, obteve o diploma do nível superior de Cultura e Língua Portuguesa, um diploma em gestão de Recursos Humanos e uma pós-graduação em Gestão Estratégica, ministrada pela Universidade Católica. A estadia na capital portuguesa acabaria por lhe mudar a vida: em Lisboa, conheceu Maria da Conceição, a mulher com quem viria a casar. O casal tem duas filhas, com 17 e 15 anos de idade.

No Verão de 1989, ingressou no Serviços de Estatística e Censos tornando-se o primeiro funcionário de origem chinesa a assumir a função de director-adjunto. A ligação à DSEC acabaria por ser interrompida ao fim de pouco mais de um ano, com Alexis Tam a rumar uma vez mais ao estrangeiro para frequentar, em Glasgow, um mestrado em administração de empresas. No regresso a Macau, é convidado pelo então secretário-adjunto Jorge Rangel a integrar os Serviços de Administração e Função Pública.

Dirigiu durante dois anos a Escola Superior de Administração e Ciências Aplicadas do Instituto Politécnico de Macau, foi coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior e presidente da comissão de fiscalização do Fundo de Segurança Social, antes de ter sido convidado, em 1999, a chefiar o gabinete do então secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On. Em 2009, com a ascensão de Chui Sai On à liderança do governo, Tam tornou-se, primeiro, chefe de gabinete do Chefe do Executivo, e depois porta-voz do Governo. Fluente em português, é próximo quer da comunidade portuguesa quer do governo de Lisboa e uma tal proximidade é vista como um importante trunfo. Em Junho de 2014 foi distinguido pelo presidente português, Aníbal Cavaco Silva, com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo esforço desenvolvido na consolidação da língua e da cultura portuguesas em Macau.

 

Raimundo Arrais do Rosário

 

Secretário para as Obras Públicas e Transportes

Raimundo Arrais do Rosário, o regresso à casa

 

Movimenta-se com o mesmo à-vontade entre mestres-de-obra e a nata da diplomacia mundial e regressa a Macau após 15 anos de importante trabalho “embaixatorial” para assumir a supervisão daquela que é, porventura, a mais exigente das pastas de governação, a das Obras Públicas e Transportes. Durante os 15 primeiros anos de vida da RAEM, o macaense, de 58 anos, foi o rosto de Macau na Europa, ao liderar a Delegação Económica e Comercial do território em Lisboa e ao desempenhar as funções de representante permanente de Macau junto da União Europeia. A conjugação de funções levou-o a viajar ostensivamente entre Lisboa, Bruxelas e Genebra, cidade onde está sediada a Organização Mundial do Comércio. Sem gozar institucionalmente do estatuto de “embaixador”, desempenhou ao longo da última década e meia o papel de um diplomata hábil, habituado a lidar com tudo o que diz respeito à imagem de Macau fora de portas.

Nascido em Macau em Agosto de 1956, licenciou-se aos 22 anos em engenharia civil pela Universidade do Porto, tendo-se posteriormente especializado em mecânica de solos. Depois de ter estagiado no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, voltou a Macau em finais da década de 70, ingressando na função pública como técnico superior na repartição de Obras Públicas e Transportes, organismo que veio a liderar entre 1987 e 1990. Desempenhou por inerência funções na Comissão de Terras e em 1991 foi convidado pelo último Governador de Macau, Vasco Rocha Vieira, para ocupar o lugar de deputado no hemiciclo. Integrou ainda o Comité de Redacção da Lei Básica da RAEM e a equipa que esteve na origem da própria RAEM.

Casado, com dois filhos, Raimundo do Rosário foi convidado em 2000 pelo primeiro Chefe do Executivo, Edmund Ho, para liderar a representação de Macau em Lisboa, um cargo de enorme prestígio e responsabilidade, tendo em conta os vínculos seculares existentes entre Portugal e Macau. Enquanto director da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa, foi responsável pelos trâmites de cooperação bilateral entre Lisboa e o Palácio da Praia Grande, assumindo protagonismo nos trabalhos de preparação de vários acordos comerciais e culturais.

 

André Cheong Weng Chon

 

Comissário Contra a Corrupção

André Cheong Veng Chon, a perseverança no combate à corrupção

 

Nascido em Pequim em Setembro de 1966, André Cheong licenciou-se em Humanidades e Letras pela Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim e no início da década de 90 instalou-se em Macau para cursar Direito na Universidade de Macau.

Desempenhou funções na Fundação Macau entre 1991 e 1996. Fluente em português, foi nomeado para o cargo de director-adjunto da Direcção de Registos e Notariado em 1996, ao fim de pouco mais de meio ano de serviço na função pública. Um ano depois, assumiu o cargo de director da Conservatória do Registo Predial. Depois de ter ocupado vários cargos ao longo dos anos em que esteve com a direcção dos Serviços de Justiça, alcançou o topo da hierarquia em 2000, como director do organismo, quando a Direcção dos Serviços de Justiça se transformou em Direcção de Serviços de Assuntos Jurídicos. Enquanto responsável máximo pela Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça, foi um dos principais intervenientes na regularização dos contratos de prestação dos serviços de televisão por cabo e de prestação dos serviços públicos de transportes colectivos. Ao longo da última década e meia, presidiu também à Comissão de Apoio Judiciário e integrou quer o Conselho Consultivo para a Reforma da Administração Pública, quer o Conselho Consultivo da Reforma Jurídica.

 

Ho Veng On

 

Comissário da Auditoria

Ho Veng On, de pedra e cal entre cálculos e contas

 

Ho Veng On, o único alto dirigente que acompanha Chui Sai On na transição para o novo governo, fez carreira na Direcção de Serviços de Administração e Função Pública, tendo alcançado o cargo de vice-director do organismo. Nascido em Macau em Junho de 1962, foi assessor do então secretário-adjunto para a Administração, Educação e Juventude, Jorge Rangel, e consultor na então repartição dos Serviços de Educação e Juventude, antes de ser convidado pela último Governador de Macau, Vasco Rocha Vieira, para ajudar a preparar e a consolidar o gabinete do primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho. Foi chefe de gabinete de Edmund Ho, desempenhando em simultâneo os cargos de secretário do Conselho Executivo, de representante do governo junto da administração da TDM e de responsável pela gestão dos interesses do território no seio do Grupo de Ligação de Cooperação entre Guangdong e Macau. Em 2009, foi promovido a Comissário da Auditoria, cargo em que se manteve com a entrada em funções do IV Governo da RAEM.

Na década de 1980 concluiu o curso do magistério em língua portuguesa, tendo completado um curso em tradução da agora extinta Escola de Técnicas de Tradução da antiga Direcção dos Assuntos Chineses. Licenciado em Administração Pública pela Universidade de Macau e com um mestrado em Relações Internacionais pelo Instituto Nacional de Administração da China, foi professor de tradução na Direcção dos Assuntos Chineses e no Instituto Politécnico de Macau. Membro fundador da Associação dos Licenciados em Administração Pública, foi vice-presidente deste organismo entre 1993 e 2009, ajudando ainda a formar a Associação de Tradutores do território e a Associação dos Antigos Alunos da Universidade de Macau.

 

Ma Io Kun

 

Comandante-Geral dos Serviços de Polícia Unitários

Ma Io Kun, determinação e experiência na administração das polícias

 

Nascido em Macau em Fevereiro de 1963, o novo Comandante-Geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU) substituiu no final de Janeiro do ano passado Lei Sio Peng à frente dos destinos da Polícia de Segurança Pública e em menos de um ano ascendeu ao topo da hierarquia, substituindo o macaense José Proença Branco na liderança dos Serviços de Polícia Unitários. Foi admitido, no início da década de 1980, na Escola Superior das Forças de Segurança de Macau, tendo obtido uma licenciatura em Ciências Policiais. Em 1983, integrou a Polícia de Segurança Pública. Completou o curso de Comando e Liderança ministrado pela academia de polícia e em 1996 foi convidado para assumir o cargo de Comissário de Instrução da Escola Superior das Forças de Segurança, instituição que acabaria por vir a dirigir um ano depois.

Em 1998 assumiu funções como chefe do Departamento de Trânsito do Corpo de Polícia de Segurança Pública, permanecendo no cargo até 2001, ano em que foi nomeado para o cargo de número dois da hierarquia da Polícia de Segurança Pública. Durante os sete anos em que coadjuvou Lei Sio Peng foi por várias vezes distinguido pelos serviços prestados às forças policiais do território, recebendo das mãos de Edmund Ho a Medalha de Mérito Profissional.

Em Abril de 2010, Ma Io Kun foi promovido a adjunto de José Proença Branco nos Serviços de Polícia Unitários, assumindo funções como responsável pelo Centro de Análise de Informações, a unidade de contra-espionagem dos SPU. Prestou funções nos Serviços de Polícia Unitários até ao final do mês de Janeiro do ano passado, quando regressou ao Corpo de Polícia de Segurança Pública para liderar aquela força policial.

 

Lai Man Wa

 

Directora dos Serviços de Alfândega

Lai Man Wa, olhar atento nas fronteiras

 

Antes de ingressar nas fileiras das forças de segurança, em meados da década de 1980, trabalhou como funcionária numa agência de importação e de exportação, foi desenhadora num atelier de arquitectura e vendeu bilhetes de avião e pacotes de férias numa agência de viagens. Lai Man Wa é o único rosto do novo governo a protagonizar uma promoção directa no seio do organismo em que desempenhava funções, substituindo a 20 de Dezembro o seu superior Choi Lai Hung à frente dos destinos dos Serviços de Alfândega.

Nascida em Macau em Janeiro de 1959, inscreveu-se em 1984 na Escola Superior das Forças de Segurança, tendo participado num programa de treino intensivo que a levou a integrar, um ano depois, a Polícia Marítima. Em Outubro de 1990, já depois de ter concluído uma licenciatura em Ciências Policiais, foi promovida a inspectora. Em Março de 1999 assumiu o cargo de vice-directora da então Polícia Marítima e manteve o estatuto de número dois do organismo com a transformação daquela força policial na Direcção de Serviços de Alfândega. Desde que foi integrada, há três décadas, nas fileiras das Forças de Segurança, foi aprofundando competências em diferentes metodologias de investigação, contribuindo de forma preponderante para a organização de um sistema de acompanhamento contínuo da actividade criminal.

 

Ip Son Sang

 

Procurador-Geral do Ministério Público

Ip Son Sang, um novo fôlego na procuradoria

 

Oriundo da cidade de Yangjiang, na Província de Guangdong, onde nasceu em 1964, concluiu o curso de Direito na Universidade Sun Yat-sen em 1987, seguido de uma pós-graduação em Direito Internacional. No início da década de 1990, foi seleccionado pelo gabinete do último Governador de Macau para estudar português e direito na Universidade de Coimbra. Permaneceu em Portugal entre 1991 e 1993 e no regresso assumiu funções como jurista na Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. Em Maio de 1995 foi destacado para a Direcção dos Serviços de Assuntos Laborais, onde cumpriu durante pouco mais de seis meses as funções de jurista, antes de assumir o estatuto de conselheiro judicial. Em 1998 concluiu o curso de formação de magistrados ministrado pelo Centro de Formação Jurídica e Judiciária, e no mesmo ano iniciou funções como procurador do Ministério Público. Em 1999, concluiu um mestrado em Direito Internacional Público, e assumiu o cargo de juiz no Tribunal Judicial de Base. Em Janeiro de 2011, foi nomeado presidente do colectivo de juízes do tribunal de primeira instância da RAEM. Em 2012 foi convidado para presidir também ao Tribunal Administrativo, vindo ainda posteriormente a assumir funções como presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da 5.ª Assembleia Legislativa, sendo responsável pela coordenação do acto eleitoral que elegeu uma boa parte dos deputados que integram actualmente o hemiciclo.