Língua | Português ao palco

O português continua a despertar o interesse dos chineses. Seja por motivações económicas ou culturais, a língua é vista como uma oportunidade para alargar horizontes

 

Vera Borges e Melissa Lam_USJ_GLP_03

 

Texto Diana do Mar e Fátima Valente | Fotos Gonçalo Lobo Pinheiro

 

Talvez fosse difícil a Almada Negreiros imaginar que Antes de Começar continuasse a ser levada à cena, quase um século depois de a ter escrito. Mais ainda que a peça infantil viria a servir um dia, e a partir do palco de um campus universitário na China, de ponte para o mundo da língua portuguesa. Esse palco é uma sala de aula, como outra qualquer, em que entre diálogos se descobre, através do teatro, uma nova forma de ensinar (e aprender) português.

Tiago Wong, de 30 anos, foi um dos que acompanhou a peça, representada por um grupo amador de Portugal, transmitida em vídeo, a milhares de quilómetros de distância, na Universidade de Macau. Por via do contacto com a obra de Almada Negreiros compreendeu que o teatro lhe permite ir além da própria língua: “Não é só texto, precisamos de conhecer a cultura, a história. Saber as emoções. Para nós é complicado”. Também a colega Joaquina Ng Ka, de 22 anos, reconhece que “não é fácil aprender assim”. Ambos nasceram em Macau e têm em comum uma passagem pela Universidade de Coimbra para aprofundar conhecimentos na língua de Camões, para a qual despertaram com idênticas motivações.

Um dos mais velhos da turma, Tiago trocou as ciências pelas letras, após uma licenciatura em Química em Taiwan e, já depois de ter experimentado a profissão de professor decidiu voltar ao banco do aluno. Optou por “estudar português para aprender mais sobre a cultura portuguesa, porque influencia muito Macau, e para saber mais da história”, mas pode ser que no futuro venha a ser “intérprete ou tradutor no Governo”, diz, sem esconder a vontade de criar uma empresa para fazer negócios com os países de língua portuguesa. Também Joaquina pondera o ofício de tradutora ou outra profissão, desde que ‘mexa’ com a língua portuguesa.

Ambos encaixam no perfil traçado pelas instituições de ensino que colocam o “factor emprego” – seja dentro ou fora de portas – no topo das motivações de quem se interessa pelo português. Luciano de Almeida, director da Escola Superior de Línguas do Instituto Politécnico de Macau (IPM), atesta a teoria com os resultados, constatando que a Licenciatura em Tradução e Interpretação, criada há nove anos, é “um curso de empregabilidade plena, em que os alunos, ainda antes de o concluírem, já são solicitados pelo mercado”. É que, apesar de a oferta ser cada vez maior continua longe de acompanhar o ritmo da procura. “São menos do que as necessidades e, portanto, têm emprego garantido e bem renumerado”, sublinhou Luciano de Almeida.

“Claramente, as motivações são a empregabilidade”, corrobora Rui Rocha, actualmente coordenador do Departamento de Português da Universidade Cidade de Macau, recordando as palavras de um vice-reitor da Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong. “Ele dizia-me que a raridade no mercado de Cantão de intérpretes e tradutores de português-chinês é tanta que um aluno que saia de uma licenciatura ganha mais mil, 2000 ou até 3000 yuans do que um saído de um curso de língua inglesa porque desses há centenas”. Já Carlos André indica que “talvez não gostasse que [o emprego] fosse um dos principais motivos para o estudo de português”, mas reconhece que o é e, no caso de Macau, “necessariamente”. “A Administração Pública precisa de quadros e há muitas possibilidades de emprego para quem quer aprender português até 2049”, afirma o presidente do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do IPM, para quem “hoje qualquer estudante chinês de português sabe que um emprego o espera à porta da faculdade”.

“O emprego vem agrafado ao diploma”, muito por força do potente investimento da China no universo dos países de língua portuguesa que transportou a procura por bilingues (chinês-português) para outro patamar: o da internacionalização. “O português aparece como uma língua de preferência porque facilmente se pode associar a uma saída da China, portanto, a uma internacionalização, ao conhecimento do mundo, para além das fronteiras. Isso teve um papel importante na procura”, defende a directora do Departamento de Português da Universidade de Macau, Fernanda Gil Costa.

Vera Borges, coordenadora do Departamento de Português na Universidade de São José (USJ) subscreve, ao considerar que o conhecimento da língua portuguesa “significa actualmente ter acesso a um mundo muito mais vasto do que aquele ‘rectangulozito’ de onde vieram as caravelas e muito mais aberto que toca vários continentes”. Carlos André dá um exemplo sintomático: “Se a China ganhar [contratos no âmbito da construção da rede de comboio de alta velocidade do Brasil], imagine quantos milhares de chineses vão para lá e, portanto, quantos tradutores vão ser necessários…”

 

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Via cultural

Pese embora a hegemonia do “interesse mercantilista da língua”, na perspectiva de Carlos André, “haverá sempre as questões culturais”: “Acredito que se iniciarem pelo [factor] linguístico, que resulta do mercado, depois entram no caminho da cultura. A China é um exemplo. Temos, salvo erro, duas ou três excelentes tradutoras de literatura portuguesa na China que começaram apenas por querer aprender a falar. O que acontece é que, do meu ponto de vista, as coisas se inverteram”. No entanto, como assinala Rui Rocha, essa franja vai ser sempre “residual”.

Explorar a vertente cultural (lusa ou lusófona) pode não figurar no topo das prioridades de quem estuda português. Sobretudo à luz da mentalidade pragmática dos chineses, avessos “a tudo o que não tenha um resultado prático óbvio”, mas, pelo caminho, e uma vez expostos, deixam-se cativar. E, às vezes, de forma surpreendente, como descreve Fernanda Gil Costa: “Chegam com a ideia de aprender a dizer ‘bom dia’ e ‘boa tarde’”, mas depois acabam a ler vultos da literatura portuguesa e a filosofar”.

 

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“Há jovens que esgotam o Eça (de Queiroz) e lêem o mais importante de Aquilino Ribeiro ou de José Cardoso Pires”, corrobora Luciano de Almeida, que denota “claramente” uma atracção por “razões históricas e culturais”, identificando, em concreto, entre os alunos de excelência, particular interesse pela língua e pela cultura portuguesas per si. Porém, ressalva, a vertente cultural – mesmo que não surja como motivação – não deve ser relegada para segundo plano. Ou seja, surgir desgarrada da língua, sob pena de a comunicação se travar literalmente, fugindo à fidelidade exigida num intercâmbio: o conhecimento do outro. “Não basta termos pessoas que conhecem a língua, é preciso termos pessoas que conhecem a cultura”, reitera.

Aliás, a cultura deve estar presente em toda a linha, dado que até no mundo dos negócios um simples gesto mal interpretado pode desfazer um aperto de mão iminente, como testemunhou o director da Escola Superior de Línguas do IPM nos tempos em que exerceu advocacia em Portugal.

 

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Mais-valias para o futuro

A particularidade de Macau ter o português e o chinês como línguas oficiais também propiciou o aumento de um outro conjunto de “estudantes” motivado por razões profissionais, com destaque para os funcionários públicos, desde logo porque – tal como em qualquer área ou parte do mundo – mais competências significam mais oportunidades e, no caso específico, de progressão na carreira.

O director do Instituto Português do Oriente (IPOR) identifica dois grupos: os que têm “necessidades imediatas” e os que encaram a língua como “uma vantagem adicional” a médio prazo, com base na premissa da afirmação, de facto, do bilinguismo na Administração Pública. “Estamos a falar a nível profissional de pessoas que normalmente já têm uma formação universitária, técnica, um diploma, um certificado, não apenas na Administração Pública”, descreve João Laurentino Neves, falando também dos “muitos quadros liberais”, sobretudo da área do Direito, que procuram o IPOR para se munirem de mais ferramentas perante um cenário de crescente competitividade, cientes da vantagem de dominarem os dois idiomas. “Talvez hoje a maioria dos nossos alunos sejam pessoas no activo”, realça João Laurentino Neves, notando também um aumento das inscrições por parte de quadros de empresas ou de instituições bancárias.

Outro grande grupo de referência para o IPOR são os próprios estudantes. João Laurentino Neves destaca os jovens universitários em particular por entender que reflectem “a imagem da língua portuguesa como um factor de mobilidade social e profissional e de abertura de horizonte porque perspectivam, de algum modo, que esta intensificação de fluxos económicos traduzir-se-á em oportunidades para alargarem horizontes”. “Eles vêm aprender português numa clara aposta, não no sentido do imediato, mas de um investimento de futuro”, sublinha João Laurentino Neves.

Esta é também a ideia assimilada por Anabela Pernão, uma das três docentes que compõem o Departamento de Português da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), no contacto diário com os estudantes. A professora, recorda, a propósito, o exemplo do melhor aluno do curso: “O Luís diz que a curto prazo quer ser intérprete e a longo prazo quer ser diplomata”. Esse caminho da diplomacia é trilhado através da lusofonia, palavra que à partida poder-se-ia considerar afastada do interesse dos jovens universitários, mas, para surpresa de Anabela Pernão, se tem provado o contrário. “Grande parte vem do Interior da China, sem qualquer ligação à lusofonia, mas são extremamente dedicados e conseguem criar um laço com a lusofonia mais forte do que alguns alunos que tive em Portugal”, disse, sustentando que as “boas noções de história e cultura chinesa em geral” que trazem na bagagem ajudam a gerar interesse. “Para eles é extremamente apelativa esta presença portuguesa em Macau e, pouco e pouco, ficam fascinados”, afirmou.

Mas o ‘activo’ da língua também entra na equação de jovens em idade escolar, com muitos pais a anteciparem o futuro. “Há encarregados de educação que vão a sessões de esclarecimento e que têm filhos que só vão terminar o secundário daqui a três ou quatro anos”, pois “têm noção de que o futuro, pelo menos em algumas áreas profissionais, pode passar por um país de língua portuguesa”, relata o director do IPOR, dando o exemplo dos que procuram mais informações sobre programas, incluindo os de curta duração, como “O Ser e o Saber em Língua Portuguesa”, que todos os anos leva fornadas de alunos a Portugal.

O IPOR fechou o ano de 2014 com mais de 2500 horas de formação específica em língua portuguesa prestadas a cerca de 1400 quadros da Administração, empresas e estudantes. Além disso teve ainda 2086 formandos que frequentaram os cursos de língua nos diversos níveis oferecidos pela instituição e participou em cerca de 60 intervenções realizadas no domínio da promoção cultural.

No que toca às motivações nem sempre tudo é preto ou branco. “Se me perguntarem por que motivo [decidi aprender português] não sei explicar exactamente”, diz Natalie Leung, 31 anos. Marissa Lam, de 24, também assegura: “Não tenho uma razão em especial. Apenas senti que queria aprender mais línguas”. Ambas começaram a aprender português em 2009.

“Acho que, naquela altura, foi porque comecei a namorar com um português e não estava muito sobrecarregada no trabalho. Também pensei que seria bom para mim aprender mais uma língua, porque gosto de aprender novas línguas. Penso que foi por isso tudo que me inscrevi no curso”, recorda Natalie. No caso de Marissa, o namorado, natural de Moçambique, veio dar novo fôlego à vontade de “compreender a cultura”. Depois de uma interrupção nos estudos, voltou a encontrar-se com o português nos dois últimos anos da licenciatura em Macau, local que vê como particularmente especial para uma introdução à língua. “Estou a tentar ler notícias em português para ver as diferenças com os jornais chineses. Não há certo e errado, mas há abordagens diferentes”, compara a jovem, que acompanha o canal e a imprensa em língua portuguesa.

Não obstante o investimento de ambas na aprendizagem formal, é nas relações interpessoais que o português se solidifica. “Tento falar mais com os pais do meu marido, mas por causa da minha pronúncia às vezes não me entendem muito bem e eu não os compreendo quando falam muito rápido”, conta Natalie. O mesmo sucede com Marissa, que também destaca a vantagem de poder praticar mais entre amigos: “A conversação é muito diferente da das aulas… sinto-me mais confortável e não tenho tanta vergonha de dar erros”.

 

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Política de língua

O uso corrente da língua portuguesa pela população tem-se mantido inalterado, com apenas 0,7 por cento dos residentes a fazê-lo, a olhar pelos Censos 2011 (ver quadro). Na verdade, no grupo das línguas faladas, o português registou uma descida ligeira em dez anos. Não obstante, para Vera Borges, “o tempo do português não passou”. “Ninguém – nem mesmo os mais visionários ou sonhadores – poderia imaginar que houvesse, de facto, um interesse tão grande das autoridades, da própria China”, argumenta.

A “volta”, descreve a professora da USJ, foi “demorada”, mas ao mesmo tempo “surpreendente” face “a uma altura de incerteza, de insegurança, e de indefinição” aquando da transferência de administração. “Andamos todos, um pouco, a reboque da estratégia económica, mas aquilo que aconteceu nesse tabuleiro tem agora um impacto na definição da política educativa em Macau, que vive um momento interessante e benéfico”, sublinha.

Rui Rocha também aponta como curioso o facto de o ímpeto ter vindo de Pequim: “A partir de 2005, a China teve um boom e entendeu os países de língua portuguesa como interessantes novos mercados e aí deu, de facto, um grande impulso ao ensino da língua”. Isto apesar de o número de alunos ser reduzido para a dimensão do país: “Há mais de 20 universidades que ensinam português – com cursos de licenciatura ou livres –, embora não ultrapassem os 3000 alunos”. Para o académico, o que importa, porém, é que “sempre houve uma estratégia na China relativamente às línguas”, enquanto em Macau “curiosamente nunca houve grande interesse na definição de uma política linguística” independentemente do idioma.

Para Carlos André, o Executivo tem manifestado “vontade política” que, aliada à capacidade financeira, faz com que Macau tenha uma função “nuclear no apoio ao desenvolvimento dos estudos aqui e na China”. E, neste sentido, denota “recentes notas positivas” de que é exemplo a subcomissão no quadro dos talentos bilingues que funciona no âmbito do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES). Fernanda Gil Costa também considera que “há condições”, mas que, “na prática, as acções ou demoram muito ou são pouco objectivas ou pouco dirigidas para fins concretos”. Rui Rocha defende, de igual modo, “um papel proactivo na consolidação e sobretudo na proficiência do ensino em três áreas muito específicas – administração pública, ordenamento jurídico e tradução”, rejeitando “pretensões neocolonialistas ou expansionistas no sentido de colocar toda a gente a falar português”. “Temos um espaço linguístico enorme em que cerca de 90 por cento dos pais querem que os filhos aprendam inglês na escola, a única língua, de facto, internacional”, frisa.

Numa avaliação ao ensino superior, Fernanda Gil Costa não tem dúvidas: “O português está em contraciclo. Ao contrário do que sucede com outras línguas – como o inglês e o japonês – o número de alunos interessados continua a aumentar”. Tanto que a UM deixou de ter capacidade de resposta, com o número de candidatos a exceder amplamente o das vagas. A docente assinala, no entanto, que, atendendo à ausência de requisitos prévios em termos do conhecimento de português, as aulas começam do zero, pelo que, ao longo de quatro anos, se opera “quase um milagre”.

 

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Perante estruturas linguísticas e realidades culturais tão díspares, Carlos André coloca a tónica na importância dos materiais. É que, repara, “a língua portuguesa para os estudantes chineses em Macau ou no Interior da China é uma língua de laboratório”, ao contrário do que acontece, por exemplo em Coimbra, Braga ou Lisboa onde o contacto com a língua de Camões continua na rua, no café ou no supermercado. “Trata-se de fazer fatos à medida”, realça. Além do IPM também o IPOR se dedica à produção de materiais didácticos. O Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa, criado em Novembro de 2012, figura como a instituição mais recente. Actuando em duas frentes – em Macau e na China – tem vindo a realizar acções de formação destinadas a docentes e a direccionar a aposta para a investigação.

 

 

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As línguas de Macau

Língua Corrente                                Outra língua que sabe falar

2001   2011   Variação %                 2001   2011   Variação %

 

Cantonês        87,9    83,3    -4,6                             94,4    90,0    -4,4

 

Mandarim      1,6       5,0       +3,4                            26,7    41,4    +14,7

 

Dialecto de     4,4       3,7       -0,7                             7,3       6,9       -0,4

Fujian

 

Português      0,7       0,7       —                                3,0       2,4       -0,6

 

Inglês              0,7       2,3       +1,6                            13,5    21,1    +7,6

 

Fonte: Censos 2011 (Direcção dos Serviços de Estatística e Censos)

 

 

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Relações Comerciais entre a China e a lusofonia em curso

O Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai oferecer no ano académico 2015/2016 a licenciatura em Relações Comerciais China-Países Lusófonos, vocacionada para “conferir dois níveis de competências: no domínio da língua portuguesa e no do comércio internacional”. “É um modelo piloto, inovador, que se for bem-sucedido pode ser aplicado a outras áreas de conhecimento”, disse o director da Escola Superior de Línguas do IPM, Luciano de Almeida.

A licenciatura vai funcionar na Escola Superior de Administração Pública, abrindo com 25 vagas. Os dois primeiros anos vão ser dedicados à formação em língua portuguesa e os terceiro e quarto a competências, nomeadamente, na área económica, jurídica e do marketing internacional.

À semelhança do curso em Tradução e Interpretação Chinês-Português, a nova licenciatura também vai aplicar o modelo de intercâmbio, com o segundo ano de estudos realizado em Portugal. “Macau tem um papel importante enquanto plataforma para o relacionamento entre a China e os países de língua portuguesa e, nesse sentido, cabe-nos intervir ao nível da formação nessa área”, concluiu.

 

 

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Novo manual para impulsionar relações comerciais

O Instituto Português no Oriente (IPOR) em Macau lançou em Maio um guia de conversação português-chinês centrado em 12 áreas e orientado para qualquer visitante chinês que se desloque a países de língua portuguesa. Tendo em conta a importância do idioma em áreas como os negócios, mas também em redes científicas e tecnológicas, o IPOR quis “fornecer um apetrecho para qualquer cidadão que numa destas áreas tenha necessidade de se deslocar a um país ou uma região de língua oficial portuguesa”. O guia de conversação é a primeira de três ferramentas que o IPOR conta lançar até Setembro. O guia, que custa cerca de 70 patacas, pode vir a ser, no futuro, adaptado para um formato digital, através de parcerias com instituições de ensino superior em Portugal.