Texto Luciana Leitão
O centro de distribuição dos produtos alimentares dos países de língua portuguesa apenas deverá estar pronto em meados do próximo ano. Por enquanto, já está a funcionar uma plataforma online (http://pt.platformchinaplp.mo/), que serve de apoio a este e aos outros dois centros que o governo promete abrir.
Na quarta conferência ministerial do Fórum Macau, o vice primeiro-ministro chinês Wang Yang anunciou a abertura do centro de serviços comerciais para as pequenas e médias empresas dos países de língua portuguesa, do centro de distribuição dos produtos alimentares dos países de língua portuguesa e do centro de convenções e exposições para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa. Dos três, espera-se que o centro de produtos alimentares seja o primeiro a abrir.
Numa nota enviada à MACAU, o Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM) refere que o centro deverá ser uma combinação de “ideias de Macau – montra de produtos de Macau – e de centro de distribuição de produtos lusófonos alimentares”, devendo situar-se na praça do Tap Seac. Prevê-se que tenha dois andares e uma área total de 4200 pés quadrados. “O centro irá apresentar e promover alimentos e bebidas de países de língua portuguesa bem como produtos locais. Irá proporcionar a empresas lusófonas mais exposição para mostrar os seus produtos, ligarem-se a empresas do Interior da China, especialmente nos campos da agricultura e indústria alimentar.”
O presidente da Associação Económica de Macau, Joey Lao Chi Ngai, acredita que esta seja uma boa medida, já que nos últimos anos tem havido uma “lacuna e uma necessidade” no que toca às relações comerciais entre a China e os países de língua portuguesa. “O comércio internacional entre a China e os EUA é enorme, mas o comércio entre a China e os países de língua portuguesa, apesar de estar a crescer muito rapidamente, continua a ter um volume comparativamente baixo quando comparado com os EUA”, aponta. Da perspectiva de plataforma comercial e intermediário nessas relações, Macau dá assim um passo importante para facilitar a entrada dos países lusófonos no mercado alimentar da China, aponta o economista.
Para Joey Lao, o centro é uma “boa tentativa” para que os produtos lusófonos saiam reforçados no comércio internacional. “Já temos um website, mas precisamos de tempo para fazer crescer. E o centro é uma boa opção para promover o crescimento deste comércio online”, diz, acrescentando: “É também um bom complemento ao que fizemos no passado, no que toca ao comércio online de produtos lusófonos”.
Portal online para começar
Os três centros têm uma plataforma electrónica já a funcionar. “Através do portal, estão disponíveis as informações económicas e comerciais online, com o fim de alcançar uma ligação dos serviços online e offline em paralelo, reforçando assim as funções de Macau como plataforma de serviços económicos e comerciais, promovendo as oportunidades de cooperação entre Macau, a China e os países de língua portuguesa”, lê-se na descrição do portal.
O portal inclui uma base de dados dos produtos agrícolas e alimentares dos países de língua portuguesa, uma base de dados de profissionais chineses e portugueses bilingues, informações sobre exposições e convenções, regulamentos e políticas dos países de língua portuguesa, zonas de investimento e cooperação, informações comerciais e económicas, fornecedores de serviços profissionais e outros dados relevantes.
O presidente do IPIM, Jackson Chang, afirmou que numa primeira fase trata-se de uma plataforma de transacções electrónicas para informação e distribuição de produtos alimentares, sendo apresentada como “um novo canal para promover o comércio deste tipo de produtos e uma forma eficiente de aproximação dos importadores do Interior do País aos fornecedores dos países de língua portuguesa contribuindo para potenciar e incrementar as trocas comerciais”. A plataforma electrónica engloba também serviços de promoção e tradução e as informações sobre os produtos das empresas serão disseminadas junto dos compradores da China através de publicidade.