Viver em Pleno Vento

Sophia de Mello Breyner Andresen
Camões/IPOR, 2015


Viver em Pleno Vento são 60 poemas vertidos para a língua chinesa pela mão de Yao Feng, com ilustração de Ye Huiling e capa de Yuan Um.

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O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e o Instituto Português do Oriente (IPOR) lançaram uma segunda edição, revista e aumentada, da antologia de Sophia de Mello Breyner Andresen, publicada em português e chinês, cuja primeira edição veio a lume na década de 1990.

Viver em Pleno Vento são 60 poemas vertidos para a língua chinesa pela mão de Yao Feng, com ilustração de Ye Huiling e capa de Yuan Um. Sophia de Mello Breyner Andresen chega agora mais perto do público chinês com a antologia Viver em Pleno Vento. Lançado em Macau no dia 2 de Julho, dia em que se assinalaram 11 anos da morte da grande poetisa, o livro divide-se em 12 secções que apresentam uma selecção de poemas publicados entre 1944 e 1989.

A obra circulou primeiramente junto de dirigentes chineses em 2014, por ocasião da visita oficial do Presidente da República Portuguesa à China. Uma “excelente forma de trazer um conteúdo que simboliza a relação estreita entre Portugal e a República Popular da China”, salientou o director do IPOR, João Laurentino Neves, durante a apresentação do livro em Macau. Ao investigador e poeta Fernando Sales Lopes coube a evocação da obra e do percurso da poetisa.

Entre as dificuldades da tradução, explicou o também académico Yao Jingming, está a necessidade de conhecer bem o contexto em que foi escrito um poema. “Sophia também apresenta um mundo polivalente. Há também poemas românticos que escreveu quando era jovem, mas outros também referentes à luta [25 de Abril]”, acrescentou.

 

O poeta e a realidade

No prefácio da obra, a presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Ana Paula Laborinho, sublinha a forma como a escritora portuguesa se “reencontra com o Real” através da poesia, citando um artigo publicado por Sophia de Mello Breyner Andresen em 1960.

“O mundo não precisa nem de retratos que o repitam, nem de ornamentos que o enfeitem”, escreveu na altura a poetisa, acrescentando que a atitude do poeta perante a realidade “é igual à atitude do amante perante um corpo vivo com o qual se encontra, vive, se une e se confunde”. O poeta, explicou, “não tem curiosidade do Real, mas sim necessidade do Real”. Ainda assim, a investigadora Ana Paula Laborinho observa que “a poesia de Sophia é profundamente empenhada na auscultação dessa realidade”.

Nascida no Porto, em 1919, Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu dezenas de livros, não apenas de poesia, mas também de prosa, incluindo histórias destinadas a um público mais jovem.

A autora, várias vezes condecorada pela República Portuguesa, foi premiada pela primeira vez em 1964, quando recebeu o Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores. Os galardões multiplicaram-se ao longo da sua vida, tendo sido distinguida, em 1999, com o Prémio Camões, e, em 2003, com o Prémio Rainha Sophia de Poesia Ibero-americana. Os restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen estão desde 2014 no Panteão Nacional, em Lisboa.

 

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Viver em Pleno Vento

Sophia de Mello Breyner Andresen

Tradução para chinês de Yao Feng

Camões/ IPOR, 2015