Babel, 2015
Entrevistas com nove especialistas de diferentes origens que investigam temas ligados à arquitectura e ao urbanismo de Macau.
Na obra Macau Sessions: Dialogues on Architecture and Society, o arquitecto português Tiago Saldanha Quadros entrevista nove especialistas de diferentes origens que investigam temas ligados à arquitectura e ao urbanismo de Macau
Texto Sofia Jesus | Fotos Gonçalo Lobo Pinheiro
São nove conversas onde se folheiam olhares diversos sobre a arquitectura e o urbanismo de Macau. As entrevistas, reunidas em livro, foram conduzidas pelo arquitecto português Tiago Saldanha Quadros junto de especialistas de vários pontos do globo.
A ideia que deu origem à publicação de Macau Sessions: Dialogues on Architecture and Society surgiu em 2013, quando o autor e a organização BABEL – responsável pela edição da obra – constataram que muito do conhecimento teórico produzido sobre diversos temas ligados à arquitectura e ao urbanismo de Macau se encontrava “extremamente difundido em comunicações e em universidades” fora da região, sendo, por vezes, “muito difícil encontrar esses trabalhos”.
Se de início o objectivo era compilar alguns desses textos num único livro, a ideia acabou por evoluir para uma obra onde se publica um conjunto de nove diálogos com investigadores. Uma ideia inspirada no projecto Interviews, do curador de arte suíço Hans-Ulrich Obrist, conta o autor à MACAU.
“Achámos que o formato da entrevista era o ideal, porque […] permitia que o entrevistador [Tiago Saldanha Quadros] procurasse fazer referências a textos já publicados, mas ao mesmo tempo que o entrevistado pudesse referir-se a esses mesmos temas, não de um modo retrospectivo, olhando para o passado, mas mais prospectivo, olhando também para o futuro”, explica o arquitecto.
Entre as diversas abordagens presentes na obra estão, segundo Tiago Saldanha Quadros, a que se refere à relação de Macau com Zhuhai – uma reflexão de Werner Breitung –, a importância da preservação do património – por Wang Weijen – ou ainda as relações “absolutamente incríveis e muito originais” que Jorge Figueira estabelece entre o trabalho desenvolvido pelo arquitecto Manuel Vicente e “a forma como as grandes companhias americanas estão a construir os novos casinos” na cidade.
O autor espera que o livro funcione como “um ponto de partida para outros projectos”, a realizar por outros indivíduos ou entidades, para além da BABEL. “Se eu pudesse lançar publicamente um convite a todos os jovens investigadores – e menos jovens – de todo o mundo, eu diria para olharem para Macau, porque Macau já é e vai ser cada vez mais um caso de estudo absolutamente importante e essencial”, defendeu, sublinhando a importância de se desenvolverem trabalhos de investigação sobre a arquitectura e o urbanismo na RAEM.
Publicado em língua inglesa, o Macau Sessions: Dialogues on Architecture and Society reúne entrevistas a Hendrik Tieben, Thomas Daniell, Mário Duque, Wang Weijen, Diogo Burnay, Jianfei Zhu, Jorge Figueira, Werner Breitung e Pedro Campos Costa. A obra conta ainda com fotografias de Ieong Man Pan.
Macau Sessions: Dialogues on Architecture and Society
Tiago Saldanha Quadros, com fotos de Ieong Man Pan
Babel, 2015