China traduzida para português

Maior agência noticiosa chinesa lança portal em português, de olho na cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.

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A agência noticiosa oficial chinesa Xinhua lançou em Julho um portal em língua portuguesa, com o objectivo de “promover as relações entre a China e os países de língua portuguesa” e “aumentar a compreensão sobre o desenvolvimento económico-social da China”. O novo portal (acessível através do site http://portuguese.xinhuanet.com/) foi apresentando como uma “medida importante para implementar a directriz do presidente [chinês], Xi Jinping, de expandir o espaço de actuação dos média”. O seu arranque coincidiu com a abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

O site propõe-se difundir “notícias de economia, política, sociedade, cultura, desporto e tecnologia”, recorrendo aos formatos texto, imagem e vídeo. A Xinhua conta, desde 2004, com um departamento em português, que emprega actualmente 14 pessoas, entre as quais três brasileiros, mas cujo conteúdo era, até agora, distribuído através de outros órgãos de comunicação.

Antes de lançar o serviço em língua portuguesa, a agência já tinha avançado para contas nas redes sociais Twitter e Facebook em português, com destaque para notícias internacionais relacionadas com o país e acontecimentos importantes da América Latina e no mundo lusófono.

Fundada em 1931 em Pequim, a Xinhua é a maior agência de notícias da República Popular da China e uma das de maior importância e influência no mundo, com mais de 80 anos de tradição, consolidação e inovação. Conta com mais de 10 mil correspondentes, funcionários administrativos e técnicos, publica diariamente mais de 4500 notícias em sete idiomas (chinês, inglês, português, espanhol, francês, árabe e russo).

 

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Além da Xinhua, também a versão digital do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês, e a Rádio Internacional da China (CRI, na sigla em inglês), têm um serviço em português. O departamento em língua portuguesa do Diário do Povo arrancou no ano passado, quebrando com o ‘monopólio’ da CRI, o mais antigo serviço noticioso em português da República Popular da China, com 56 anos.

Naquela altura, a política externa chinesa era guiada pela defesa do internacionalismo proletário e Pequim “apoiava os países africanos na luta contra o imperialismo”, nomeadamente Angola e Moçambique. Hoje, são as crescentes relações económicas e comerciais com os países de língua portuguesa, sobretudo Brasil, Angola e Portugal, que fomentam o grande desenvolvimento do ensino do português na China.

No início do século XXI, em todo o continente chinês havia apenas duas universidades com licenciaturas em português. Hoje há 21. Por outro lado, em 2003, a China estabeleceu a RAEM como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa, tendo criado nesse ano o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau).

 

 

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ANGOLA

Terceiro maior fornecedor de petróleo da China

Angola tornou-se em Junho o terceiro maior fornecedor de petróleo da China, depois da Arábia Saudita e da Rússia, de acordo com o relatório mensal do mercado petrolífero elaborado pela Organização dos Países Produtores de Petróleo. Os três países foram responsáveis por 10 por cento, 18 por cento e 13 por cento, respectivamente, tendo a China importado da Arábia Saudita no período em análise mais 151 mil barris por dia, de Angola mais 175 mil barris por dia e da Rússia menos 236 mil barris por dia.

 

Embaixador garante apoio ao desenvolvimento

A China vai apoiar o desenvolvimento de Angola nos sectores agrícola, industrial e de formação de recursos humanos, prometeu o embaixador da China em Angola, Cui Aimin, no final de uma visita ao projecto agro-industrial de Camaniangala, no Moxico. “Queremos aprofundar a cooperação com Angola, para ajudar a diversificar a economia do país e ajudá-lo a enfrentar a presente crise financeira, derivada da queda do preço do petróleo no mercado internacional”, declarou o embaixador chinês. Cui Aimin salientou que a China decidiu alargar a cooperação com o Ministério da Agricultura para impulsionar a produção de milho e soja, uma vez que o projecto beneficia também os consumidores das províncias da Lunda Sul, Malanje, Lunda Norte e Luanda.

 

Cônsul-geral angolano promove diversificação económica

A necessidade de diversificação da economia de Angola esteve na base de uma deslocação a três províncias da China por parte do novo cônsul-geral de Angola em Cantão. Em encontros mantidos nas capitais de Guangxi e das províncias de Fujian e Hainão, João Baptista da Costa solicitou aos seus interlocutores que mobilizem as empresas e os empresários locais para a constituição de parcerias em Angola, ao abrigo da política de investimento privado em vigor no país. O diplomata angolano recordou os sectores considerados prioritários cuja produção poderá ajudar a desenvolver a economia angolana, nomeadamente a agricultura, indústria alimentar e transformadora, além dos sectores de serviços como os de seguros e resseguros.

 

Câmara de Comércio Angola/China dá formação a empresários

Gestão da cadeia de fornecimentos e negociação estratégica e gestão de conflitos são as duas matérias que foram ministradas a mais de 50 empresários em Julho em Luanda, numa iniciativa da Câmara de Comércio Angola/China (CAC). A acção de formação visa dotar de conhecimentos os empresários para saberem definir e aplicar as melhores decisões nos respectivos negócios, mantendo as empresas num ritmo produtivo. Durante os quatro dias de formação, orientada por um especialista internacional em logística, os participantes receberam também conhecimentos básicos de logística integrada. A Câmara de Comércio Angola/China (CAC) tem por finalidade promover e apoiar a cooperação entre empresários, o investimento angolano na China, bem como o investimento chinês em Angola, fomentando as trocas comerciais e tecnológicas.

 

China torna-se principal destino das exportações angolanas

A China foi o principal destino das exportações de Angola, fundamentalmente petróleo, no primeiro trimestre de 2016. Nos primeiros três meses do ano, as exportações angolanas para a China atingiram 1,16 mil milhões de dólares, valor que representa uma quebra de 50 por cento face ao montante contabilizado no período homólogo de 2015. A China foi ainda o segundo maior fornecedor de Angola no mesmo período, tendo o valor dos produtos importados atingido 418 milhões de dólares, uma contracção homóloga de 47 por cento.

 

 

BRASIL

Brasil e China assinam acordo de cooperação

Os governos do Brasil e da China assinaram em Setembro um acordo de cooperação relacionado com comércio e serviços durante a reunião cimeira do G-20, que decorreu na cidade chinesa de Hangzhou. Segundo o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, o acordo reveste-se de grande importância para o Brasil, atendendo ao peso do sector dos serviços na economia do país, que representa actualmente 58 por cento do Produto Interno Bruto.

 

Cada vez mais soja para a China

A China comprou 77 por cento da soja que adquiriu em Julho no estrangeiro a empresas do Brasil, contra uma quota de 67 por cento um ano antes, de acordo com dados oficiais chineses. Só naquele mês, a China importou 7,76 milhões de toneladas de soja – feijão, farinha e farelo – tendo desse total 6 milhões sido comprados no Brasil. O aumento de 20 por cento registado nos primeiros sete meses do ano nas vendas brasileiras de soja à China ficou a dever-se ao facto de haver maior disponibilidade do produto no Brasil e de a desvalorização do real face ao dólar ter tornado a soja brasileira mais competitiva no mercado.

 

Grupo chinês BYD procura expandir-se com associação aos Correios

O grupo automóvel chinês BYD está a aprofundar o seu relacionamento com o grupo Correios, o maior serviço postal do Brasil, a fim de se expandir naquele mercado. Em Março passado, o grupo BYD cedeu uma carrinha eléctrica do modelo T3 ao grupo Correios, que está a avaliar soluções logísticas “verdes” através da realização de um conjunto de testes com veículos eléctricos de diferentes fabricantes, muito em particular aqueles que prometem eficiência energética no tráfego urbano. O grupo BYD entrou no Brasil em 2013 com autocarros eléctricos, mais tarde introduziu táxis eléctricos e veículos comerciais igualmente eléctricos e em 2014 construiu uma fábrica no Brasil. Constituída em 1995 e cotada nas bolsas de valores de Hong Kong e de Shenzhen, o grupo privado BYD especializou-se em quatro sectores de actividades – tecnologias de informação, automóveis, veículos movidos a energias renováveis e sistemas ligeiros de metropolitano.

 

Hainan Airlines compra parte da Azul

A companhia aérea chinesa Hainan Airlines, subsidiária do grupo HNA, concluiu a compra de uma participação de 23,7 por cento da companhia aérea brasileira Azul, pela qual pagou 450 milhões de dólares. Com esta compra na terceira maior companhia aérea do Brasil, a Hainan Airlines passou a ser o accionista maioritário, indo nomear três membros para o companhia de administração. O grupo HNA, um conglomerado com interesses na aviação e no turismo, anunciou em Maio ter adquirido uma participação de 13 por cento na companhia aérea Virgin Austrália e mais recentemente, em Julho, anunciou ter comprado 25 por cento da emissão de obrigações convertíveis da TAP-Air Portugal pela soma de 30 milhões de euros.

 

Fosun compra Rio Bravo Investimentos

O grupo chinês Fosun concluiu a compra da Rio Bravo Investimentos, uma das mais importantes empresas de gestão de investimentos particulares no Brasil, com uma carteira de cerca de 3000 milhões de dólares. “A operação faz parte da estratégia de crescimento do Fosun em países emergentes e visa a expansão dos negócios na América Latina. Esta é a primeira aquisição do grupo Fosun na região e representa mais um passo para alavancar potencialidades locais de investimento depois das aquisições da Idera Capital no Japão em 2014 e da Resolution Property no Reino Unido em 2015 e da criação da Fosun Eurasia na Rússia, também em 2015”, pode ler-se no comunicado da Rio Bravo. A Rio Bravo Investimentos, que será integrada no universo empresarial do grupo chinês, manterá os produtos que actualmente comercializa bem como a respectiva carteira de negócios, embora deva vir a ter lugar uma “expansão da actividade a partir de novas oportunidades e sinergias.” A empresa brasileira iniciou a actividade no ano 2000, sendo líder no mercado brasileiro de gestão de fundos imobiliários, actuando também em “private equity” (investimento numa empresa não cotada em bolsa), fundos de acções, fundos de créditos, fundos de infra-estrutura, consultoria financeira e gestão de carteiras de múltiplas classes de activos.

 

TCL investe em fábrica de televisores

O grupo chinês de produtos electrónicos TCL vai investir 60 milhões de dólares na construção de uma fábrica no Brasil para a produção de televisores de ecrãs de cristais líquidos. O investimento será efectuado ao abrigo de uma parceria 40/60 com o grupo brasileiro de produtos electrónicos SEMP Toshiba, conhecido aquando da sua constituição em 1942 por Sociedade Eletro Mercantil Paulista. Os dois parceiros irão trabalhar em conjunto na expansão das vendas no Brasil e procurar chegar a um dos três primeiros lugares com a obtenção de uma quota de mercado ao longo dos próximos três anos.

 

Empresas da China projectam novos investimentos no Brasil

As empresas chinesas deverão efectuar grandes investimentos nos próximos meses no Brasil, sobretudo em infra-estruturas, caso das redes de transporte de energia eléctrica e em matérias-primas. Activos da Electrobás, caso das subsidiárias Electrosul e Celg, estão a ser oferecidos a diversos investidores, tanto da China como de outros países, estando igualmente à venda outros negócios no sector, caso da Hidroeléctrica de Santo António, no rio Madeira, que tem entre os seus accionistas o grupo Odebrecht. A China State Grid e a China Three Gorges (CTG), ambos grupos estatais, são apontadas como compradoras de vários activos no Brasil. A CTG foi a mais recente a chegar ao Brasil, em 2013, tendo já comprado participações em diversas hidroeléctricas e tendo recentemente arrematado as centrais Jupiá e Ilha Solteira, da Cesp.

 

 

GUINÉ-BISSAU

Governo entrega sementes e adubos doados pela China

O governo da Guiné-Bissau iniciou a distribuição aos agricultores de meios de produção agrícolas, nomeadamente sementes e adubos, que foram doados pela China. Foram 500 toneladas de sementes de arroz, 617 de fertilizantes, 20 de amendoim, variedades de feijão, além de seis novos tractores e várias moto-cultivadoras que foram colocados à disposição dos agricultores nos 39 sectores das oito regiões do país, incluindo o Sector Autónomo de Bissau. O ministro da Agricultura, Rui Nené Djata, disse que estes meios de produção deverão permitir plantar mais de 400 hectares com amendoim e igual área com feijão e no caso do arroz garantir uma colheita de 30 mil toneladas.

 

 

MACAU

Agências de viagens portuguesas em feira de turismo

A 4.ª edição da Exposição Internacional de Turismo de Macau contou com um seminário Portugal-China, em que participaram representantes de 14 agências de turismo portuguesas,. Também estiveram presentes representantes do Turismo de Portugal e da Câmara de Aveiro.

É a primeira vez que este seminário foi organizado no âmbito deste evento, o que, segundo as autoridades de Macau, constitui uma “oportunidade de intercâmbio e negócio entre operadores turísticos da China e de Portugal”. A Exposição Internacional de Turismo, que decorreu no início de Setembro, contou com mais de 360 participantes de 15 países e regiões, que se dedicam a diferentes áreas, como produtos alimentares, bebidas, hotelaria, agências, transportes. Além de promover negócios entre os participantes, os consumidores podem também deslocar-se à exposição para adquirir viagens e outros serviços.

 

Países de língua portuguesa participam em encontro sobre medicina tradicional chinesa

Vinte e cinco dirigentes e técnicos ligados ao sector da medicina tradicional do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste participaram em Macau num colóquio organizado pelo Centro de Formação do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau). O colóquio, que decorreu em Julho, foi ministrado pelo Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong-Macau. Ao longo dos 14 dias do colóquio, cerca de 20 especialistas e estudiosos chineses de medicina tradicional chinesa e representantes da medicina tradicional em Guangdong e Macau procederam à divulgação dos desenvolvimentos e aplicações da medicina tradicional chinesa.

 

Funcionários de países de língua portuguesa recebem formação turística

Vinte e cinco funcionários de entidades governamentais do turismo de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste participaram em Macau em acções de formação que, organizadas pela Direcção dos Serviços de Turismo, decorreram entre Abril e Julho. O último de três grupos em que aqueles funcionários foram divididos concluiu em Julho a respectiva acção de formação, que incluiu um estágio na Direcção dos Serviços de Turismo. Organizadas em cooperação com o Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, estas acções de formação visam reforçar o papel de Macau enquanto plataforma entre a China e os países de língua portuguesa. A Direcção dos Serviços de Turismo assinou Memorandos de Entendimento para Cooperação em Matéria de Turismo com Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, em 2010, e com Timor Leste e Angola, em 2013 e 2015, respectivamente e desde 2012 já proporcionou formação a um total de 98 funcionários governamentais de turismo de países de língua portuguesa.

 

 

MOÇAMBIQUE

China lidera investimentos

A China foi o maior investidor em Moçambique no primeiro semestre com 154 milhões de dólares, quase 60 por cento do total do investimento directo estrangeiro, de acordo com dados do Centro de Promoção de Investimentos (CPI). Do investimento estrangeiro aprovado, quase 80 por cento está concentrado no sector da construção e obras públicas, indústria, agricultura e agro-indústria e mais de metade (55 por cento) abrange as províncias de Maputo e Cidade de Maputo, a que se segue, com 21 por cento, a província de Sofala.

 

Consórcio chinês constrói aeroporto em Gaza

O grupo chinês Anhui Foreign Economic Construction (Group) Co., Ltd., associado à empresa moçambicana de capitais chineses Sogecoa Lda. (Moçambique), foi contratado pelo governo de Moçambique para construir o futuro aeroporto da província de Gaza. O aeroporto, com um custo estimado em 50 milhões de dólares, será dotado de terminais de passageiros e de carga, podendo receber aparelhos do tipo Q-400, um avião turbo hélice do fabricante canadiano Bombardier.

 

 

PORTUGAL

Hainan Airlines passa a ter assento na administração da TAP

A Hainan Airlines comprou 25 por cento da emissão de obrigações convertíveis da TAP-Air Portugal, tendo para o efeito pago 30 milhões de euros. O negócio agora efectuado, que foi feito através da Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra o consórcio Atlantic Gateway, accionista da TAP), permite ao grupo chinês aumentar para 23 por cento os interesses económicos que controla na TAP e passar a ter um lugar no conselho de administração. O grupo chinês reconhece, em comunicado, que a situação financeira da companhia aérea portuguesa não é “optimista”, mas fala em significado estratégico do negócio.

 

Portugal abre consulado-geral em Cantão

Portugal vai abrir em breve um consulado-geral em Cantão, de acordo com uma decisão tomado em Julho pelo Conselho de Ministros, que aprovou o acordo assinado entre os dois governos. O novo consulado-geral terá como área de jurisdição as províncias de Guangdong, Hainão, Hunan, Fujian e a Região Autónoma de Guangxi. Nos termos do acordo assinado, a China terá o direito de estabelecer um posto consular em Portugal, cuja localização e área de jurisdição será objecto de negociações por via diplomática. Em Abril passado, Angola abriu em Cantão o seu terceiro consulado-geral na República Popular da China, depois de Hong Kong e de Macau, tendo como área de jurisdição as províncias de Fujian e Hainão e a Região Autónoma de Guangxi.