Mais de 100 alunos inscritos em projecto-piloto de turmas bilingues em Macau

Mais de 100 alunos inscreveram-se nas turmas bilingues que vão funcionar, pela primeira vez, em duas escolas públicas de Macau, no próximo ano lectivo, indicam dados facultados à agência Lusa.

De acordo com dados da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), 50 alunos inscreveram-se na turma bilingue do 1.º ano do ensino primário da Escola Luso-Chinesa da Flora e 55 na do mesmo ano da Escola oficial Zheng Guanying, os dois estabelecimentos onde vai arrancar este projecto-piloto.

Destas 105 crianças, 14 inscreveram-se simultaneamente nas duas, referem.

Além dos 91 alunos inscritos para o primeiro ano do ensino primário, juntam-se 15 que se inscreveram na turma bilingue do 1.º ano do ensino secundário geral (7.º ano) da Escola Oficial Zheng Guanying.

Do total de 106 alunos dos níveis primário e secundário, 84 fizeram entrevistas e exames de admissão nas duas escolas que participam do projecto-piloto, realizados no passado sábado.

De acordo com os dados da DSEJ, 73 fizeram entrevistas para o 1.º ano do ensino primário (28 na Escola Luso-Chinesa da Flora e 45 na Escola Oficial Zheng Guanying), e 11 para o 1.º ano do ensino secundário geral da Escola Oficial Zheng Guanying.

Os resultados oficiais vão ser publicados no dia 21.

No próximo ano lectivo, a DSEJ prevê assim organizar uma turma bilingue no 1.º ano do ensino primário da Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, “uma a duas” no mesmo ano da Escola Oficial Zheng Guanying, dependendo dos resultados da selecção, e uma outra no 1.º ano do ensino secundário geral da Escola Oficial Zheng Guanying.

O número máximo de alunos por turma será de 25.

Em Fevereiro, o Governo anunciou o lançamento deste projecto-piloto, no próximo ano lectivo, para formar talentos bilingues.

O novo programa de ensino bilingue chinês-português vai ser depois estendido anualmente, aos anos de escolaridade subsequentes, “de modo a contribuir, de forma mais específica e sistemática, para o desenvolvimento das potencialidades bilingues dos alunos”, sublinha a DSEJ na mesma resposta escrita.

No final de Fevereiro, nas vésperas da abertura das inscrições para as turmas bilingues, a DSEJ organizou uma sessão de esclarecimento para responder às dúvidas dos encarregados de educação chineses e portugueses.

A língua portuguesa vai ser usada nas aulas de educação física, artes visuais ou música, e as disciplinas consideradas como fundamentais, como a matemática, vão ser leccionadas em mandarim, de acordo com os esclarecimentos prestados na sessão.

Apesar de o português e o chinês serem línguas oficiais em Macau – e de toda a máquina administrativa funcionar nos dois idiomas – são poucos os residentes que dominam as duas línguas.

Nas ruas, lojas e escolas, o cantonês é a língua dominante, apesar da crescente presença do mandarim.