Referindo-se ao pianista espanhol, Carlos Damas afirmou: “Toquei, pela primeira vez com ele, em 1993, depois fizemos variadíssimas digressões por Espanha, chegámos a fazer a Integral das Sonatas de Beethoven, em quatro cidades espanholas, em 2004, e, em 2009, actuámos juntos, pela última vez numa digressão por Macau e Hong Kong”. Os dois músicos não voltaram a tocar juntos desde 2009, tendo surgido, entretanto, esta possibilidade.
A digressão abre em Pequim, amanhã, no Teatro Poly, nos dias 13 e 15 actuam em Dalian, no sul da província de Liaoning, respectivamente, no Grande Teatro e no Clube do Teatro do Povo, no dia 17 em Jilin, no Grande Teatro, e, no dia seguinte em Wulan Haote, onde sobem ao palco do Teatro Palácio.
No dia 20 de Abril, Carlos Damas e Rubén Lorenzo tocam em Shijiazhuang, no Grande Teatro, encerrando a digressão, no dia seguinte, com um recital no Teatro Cultural, em Dongguan, na província de Guangdong.
O programa da digressão é constituído pela Sonata Inacabada, último trabalho de António Fragoso, que morreu há 100 anos, “sendo esta uma forma de lhe prestar homenagem”, a Sonata n.º 1, e a peça “La Oración del Torero”, de Joaquín Turina, a Sonata n.º 8, de Beethoven, e “algumas peças de compositores chineses, que não estão no programa”, como por exemplo “Excelente Serão”, peça de um tocador de ‘erhu’, adaptada para violino e piano.
O violinista português, que se estreou como solista na China em 1997, está “curioso” relativamente a esta digressão, pois referiu que na ocasião “o público chinês ainda não sabia como reagir a uma peça de música clássica, mas entretanto, a China, neste aspecto, evoluiu muito”.
“Estou entusiasmado e curioso, pois nunca fiz uma digressão, em formato recital, com tantos concertos, por outro lado, são salas muito grandes, nunca toquei em salas desta dimensão, e creio até que não as temos em Portugal”, disse o violinista à Lusa.
A lotação das sete salas em que vai tocar Carlos Damas oscila entre os 1.500 e os 3.000 lugares.
“Se as salas chinesas estiverem à altura das salas que encontramos no Japão, em termos de acústica, são eficazes”, disse o músico, que realçou o facto de “pela primeira vez, um embaixador de Portugal, em Pequim, ter demonstrado interesse na digressão, e que vai acompanhar”, proporcionando “algum apoiou a nível diplomático”.
Nascido em 1973, em Coimbra, onde iniciou os estudos musicais, no conservatório local, Carlos Damas faz parte da Orquestra Metropolitana de Lisboa, e, paralelamente, desenvolve uma carreira como solista, tendo editado dez álbuns, o mais recente, em 2016, com obras para violino de Jean Sibelius.