Cartaz :: Agosto e Setembro de 2019

Espectáculos e exposições em Macau, Agosto e Setembro de 2019

ESPECTÁCULOS

AGENDA

 

Orquestra de Macau  

250 anos do nascimento de Beethoven 

 

O pianista austríaco Rudolf Buchbinder e o violinista alemão Rainer Honeck celebram Beethoven na nova temporada de concertos da Orquestra de Macau, que arranca já no dia 31 de Agosto 

 

Texto Catarina Domingues 

 

A presença de Rudolf Buchbinder em Macau faz com que comecemos este texto pelo final. Ou seja, é ao “maior pianista do mundo”, nascido na antiga Checoslováquia, que cabe o encerramento da próxima temporada de concertos da Orquestra de Macau, que assinala nesta edição os 250 anos do nascimento de Ludwig van Beethoven. Buchbinder vai subir ao palco do Grande Auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) nos dias 24 e 25 de Julho de 2020 para os cinco concertos para piano daquele compositor austríaco. 

“Um artista magistral, cuja compreensão profunda e interpretação requintada do trabalho de Beethoven é considerada padrão no campo da música internacional. Neste ‘concerto-maratona’, Buchbinder levar-nos-á numa jornada musical, refazendo os passos de Beethoven na música e na vida”, pode ler-se no programa de concertos, disponível no portal da Orquestra de Macau. 

A nova temporada, que tem como tema “Amor-Beethoven”, arranca já no final deste mês e, segundo revelou durante o lançamento do evento Leong Wai Man, vice-presidente do Instituto Cultural. Além dos cerca de 30 concertos programados, a organização de sessões com os músicos, de masterclasses e visitas guiadas fazem igualmente parte do programa. 

Mas vamos então ao início. No concerto de abertura, a 31 de Agosto, o violoncelista alemão Alban Gerhard  e a Orquestra de Macau levam ao CCM três nomes grandes da música sinfónica: “A Abertura Carnaval, de Dvořák, ardentemente entusiasta, celebra a chama eterna da vida; Shostakovich usa o embate entre o violoncelo e o ensemble como uma metáfora dos conflitos do indivíduo com a sociedade; e a Sinfonia n.º 5 de Tchaikovsky, em que o compositor enfrenta o seu destino, numa obra que desenrola um drama que combina tristeza e felicidade”, refere o programa. 

A fechar 2019, “Concerto de Ano Novo”, também no Centro Cultural, homenageia o vienense Johann Strauss e tem como protagonistas o maestro Thomas Rosner e a soprano Marysol Schalit.  

Já em 2020, em Março, Rainer Honeck, concertino da Orquestra Filarmónica de Viena, leva à Igreja de São Domingos o “puro som de Viena” e as “tradições performáticas dos tempos de Beethoven e de Mozart”.  

Cerca de um mês depois, este mesmo espaço vive “Uma noite com o melhor trombonista do mundo”, ou seja, com Christian Lindberg, que traz a Macau temas como “Abertura da ópera Oberon” do alemão Carl Maria von Weber e a “Sinfonia n.º 3 em Dó Maior” do finlandês Jean Sibelius. 

O ano que se aproxima marca ainda o 50.º aniversário do Dia da Terra e a Orquestra de Macau traz “Um tributo à natureza”, concerto que associa música clássica e imagens digitais, que vão ser projectadas “na maior área do mundo de ecrãs LED interiores permanentes, no The Spectacle do MGM Cotai”, de acordo com um comunicado do Instituto Cultural. 

Nesta edição vai ser lançado ainda o ciclo “Música Alegre”, em colaboração com o Teatro Platypus, do Canadá. O actor e compositor norte-americano, Paul Dooley, e o maestro associado da Orquestra Sinfónica de Singapura, Jason Lai, vão partilhar o palco para “três concertos dedicados a jovens aficionados de diferentes idades”.   

 

Programa completo:  

www.om-macau.org 

 

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AINDA ESTA TEMPORADA DA ORQUESTRA DE MACAU: 

 

Em diálogo com o violoncelo 

A Orquestra de Macau junta-se ao maestro taiwanês Lü Shao-Chia e à violoncelista alemã Raphaela Gromes num concerto no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau para tocar peças dos compositores Elgar, Schumann e Tchaikovsky. 

11 de Janeiro de 2020 

Centro Cultural de Macau 

Bilhetes a partir de MOP 150 

 

Concerto do Dia dos Namorados: Paixão Latina 

A acordeonista letã Ksenija Sidorova apresenta o Concerto “Aconcagua”, do compositor argentino Piazzolla e ainda “Carmen” e “L’Arlesienne” de Bizet. Sidorova começou a estudar acordeão aos oito anos de idade, encorajada pela avó. Foi a primeira acordeonista a vencer o WCoM Prince’s Prize. 

14 de Fevereiro de 2020 

Grande Auditório do Centro Cultural de Macau 

Bilhetes a partir MOP 150 

 

Concerto de Páscoa – Stabat Mater 

“Stabat Mater” é considerada a “Canção do Cisne” do compositor Giovanni Battista Pergolesi, que morreu ainda jovem, aos 26 anos. Para este concerto, a Orquestra de Macau convidou a soprano alemã Anna Karmasin e a mezzo soprano Susan Zarrabi. Além disso, o grupo de música sinfónica vai estrear o primeiro movimento da obra “Ecos da Velha Macau”, criada em 2016 pelo compositor local Lam Bun Ching. 

11 de Abril de 2020 

Igreja de São Domingos 

Entrada livre 

 

Sopros magníficos 

Para o último concerto de música de câmara da época, a Orquestra de Macau vai apresentar o Quarteto para Fagote de Devienne, o Octeto para Sopros de Beethoven e o Arranjo para Quinteto de Sopros do bailado Quebra-nozes de Tchaikovsky. “Estas três peças provêm de diferentes países, diferentes períodos musicais e diferentes combinações instrumentais”, sublinha o programa. 

18 de Julho de 2020 

Teatro D.Pedro V 

Bilhetes a partir de MOP 100 

 

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EXPOSIÇÕES

AGENDA

 

Heidi Lau recria o que se perdeu no tempo 

 

Em “Aparição”, Heidi Lau reinventa Macau. Dez esculturas de cerâmica, que se assemelham a ruínas ou relíquias históricas, transportam o público ao longo de uma viagem artística e a um mundo de espíritos e crenças.  

 

Texto Catarina Domingues 

 

A “Aparição”, trabalho de Heidi Lau seleccionado para representar Macau na 58.º Bienal de Veneza, e que se encontra agora em exposição no Museu de Arte de Macau (MAM), propõe uma ficção alternativa para a cidade. É uma espécie de estratégia para lidar com a realidade política e social de um espaço que se transforma diariamente. A recriação do que se tem vindo a perder no tempo. “Heidi expressa as suas visões políticas e reinventa a cidade e a sua identidade, através da reformulação espiritual das memórias que tem do solo natal, reflexão retrospectiva sobre as ruínas da cidade e referências a mitos de fantasmas e deuses”, escreve numa nota introdutória à mostra a curadora Sio Man Lam 

Ao todo, estão expostas 10 obras de cerâmica que se assemelham a ruínas ou vestígios históricos, com detalhes que revelam imagens taoistas e mitológicas, e que estão divididas em quatro grupos: “Aparição I: Memórias Primitivas”; “Aparição II: A Casa Ancestral”, “O Momento Contemporâneo: Aprendendo com o Casino” e “Nostalgia Reflexiva: O Antigo Jardim Recreativo”. 

Num texto que se pode ler no website do MAM, a presidente do Instituto Cultural sublinha que o projecto “pretende oferecer aos espectadores um vislumbre do passado carregado de história e dos impulsos criativos que atravessam a arte contemporânea de Macau”. Mok Ian Ian salienta: “O título da exposição ‘Aparição’, no latim original, referia-se à epifania do filho de Deus, e denota a manifestação súbita de um ser ou espectro. Assim, o título abrange a Macau cultural e histórica – antes chamada de “a Cidade do Santo Nome de Deus” –, ao mesmo tempo que ilustra a sua nova encarnação no século XXI como um centro mundial de turismo e lazer. Através de formas bizarras de expressão, a artista induz os visitantes a reflexões profundas”. 

Este ano, o tema da Bienal de Veneza foi “Tempos Interessantes”, título retirado da expressão “May You Live in Interesting Times” (“Que vivas tempos interessantes”, numa tradução livre), e que remete para uma antiga maldição chinesa que desejava ao visado, tempos de incerteza, crise e turbulência, e que, segundo o curador responsável Ralph Rugoff são um espelho da actualidade. 

Heidi Lau representou Macau pela sétima vez na Bienal de Veneza, que inaugurou este ano a 11 de Maio. 

A artista de Macau vive e trabalha actualmente em Nova Iorque, e tem exposto em instituições locais e internacionais, como o Museu de Artes e Design, Museu de Arte do Bronx, e Museu dos Chineses na América, em Nova Iorque, no Museu de Arte de Macau, entre outros. A sua prática tem sido apoiada por numerosas residências e prémios, incluindo a Sociedade de Artistas Emergentes do Socrates Sculpture Park, e bolsas da Fundação Martin Wong e do Programa de Pintores e Escultores da Fundação Joan Mitchell. 

Até 10 de Novembro de 2019 

Museu de Arte de Macau 

Entrada livre 

 

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PARA VER

Até 27 de Outubro de 2019 

Museu de Ciência de Macau 

Bilhetes a MOP 25 

 

Paisagens Femininas e Segredos de Boudoir 

A artista Hong Wai apresenta a pintura tradicional chinesa sob um olhar feminino moderno. “Transporta a tinta-da-china para a arte contemporânea e, através de uma perspectiva feminina, desenha linhas finas e elegantes, numa técnica que durante séculos era apenas destinada ao universo masculino”, lê-se na página do Museu do Oriente. 

Museu do Oriente, Lisboa 

Até 15 de Setembro 

Entrada livre