Presidente chinês presente no aniversário da transferência da administração

O Presidente chinês, Xi Jinping, vai participar, na próxima semana, nas celebrações do 20.º aniversário da transferência da administração de Macau de Portugal para a China e reunir com as autoridades locais, informou hoje a imprensa estatal.

A agência noticiosa oficial Xinhua confirmou a ida de Xi ao território, entre 18 e 20 de dezembro, onde estará também presente na cerimónia de inauguração do quinto Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).

O novo chefe do executivo de Macau, Ho Iat Seng, toma posse no dia 20 de dezembro, data que coincide com o 20.º aniversário da transferência da administração de Macau de Portugal para a China.

Xi “inspecionará” também o território outrora administrado por Portugal, hoje uma região semi-autónoma chinesa e capital mundial do jogo, escreveu a Xinhua, sem avançar mais detalhes.

De acordo com um programa divulgado hoje pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS) de Macau, a delegação de Pequim chega ao território na quarta-feira à tarde, não estando prevista qualquer atividade nesse dia.

Sem pormenores, o mesmo programa contempla um encontro na tarde de quinta-feira à tarde, seguido de um jantar e de um sarau cultural.

As autoridades alertaram para a adesão maciça dos órgãos de comunicação e sublinharam que aqueles do interior da China terão prioridade “caso o número de inscrições ultrapasse o limite”.

À Lusa, o GCS avançou na sexta-feira que estão já inscritos mais de 650 profissionais dos ‘media’ para cobrir as atividades de celebração dos 20 anos do estabelecimento da região administrativa especial chinesa.

A cobrir as atividades vão estar jornalistas de “Macau, da China interior, de Hong Kong, de Taiwan, de Portugal, do Japão, de Singapura, do Reino Unido, dos Estados Unidos e de França”, referiu.

Para a RAEM foi acordado um período de 50 anos, com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, após a transição de soberania de Portugal, sob a fórmula ‘um país, dois sistemas’.

Aquele modelo foi originalmente pensado para Taiwan, que o recusou, e é hoje também posto em causa por uma grave crise política na região vizinha de Hong Kong, há seis meses palco de protestos marcados por cenas de vandalismo e combates entre manifestantes e as forças policiais.

Face à crise em Hong Kong, uma praça financeira mundial e crucial para a China contrabalançar o isolamento do seu mercado financeiro, é esperado que Xi anuncie o estabelecimento em Macau de uma bolsa de valores baseada na moeda chinesa, o yuan, e outras infraestruturas financeiras.

O Governo central designou já, em 2003, Macau como plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa, através da criação do Fórum Macau, que conta com um Secretariado Permanente e reúne-se a nível ministerial a cada três anos.

Nas vésperas da visita do também secretário-geral do Partido Comunista Chinês, as autoridades de Macau e da província vizinha de Guangdong têm ainda realizado exercícios para garantir que esta decorre sem incidentes.

Um exercício antiterrorismo realizado na área portuária da megaponte Hong Kong – Zhuhai – Macau, no mês passado, reuniu cerca de 1.000 policiais, 80 veículos, canhões de água, drones e outros equipamentos, e contou com a presença dos vice-chefes das forças policiais de Hong Kong e Macau, segundo a imprensa de Zhuhai, cidade vizinha de Macau.