ESPECTÁCULOS
AGENDA
O calor da cultura para fechar o ano
Para fechar o ano a entreter os mais pequenos, o Centro Cultural de Macau lança mais uma edição do “AconchegARTE no Inverno”, com duas peças de teatro internacionais e uma apresentação do grupo coral de crianças de Macau
Texto Marta Santos
O grande objectivo é despertar o interesse dos mais pequenos para os espectáculos e fomentar o convívio familiar. A nova edição do “AconhegARTE no Inverno”, que se realiza entre 20 de Dezembro e 5 de Janeiro, traz da Irlanda do Norte o espectáculo “Shh! Nós temos um plano” e da Suécia, “O jardim das mentes vivas”. Também os pequenos cantores de Macau, que integram o Clube das Cantigas, vão subir ao palco do Pequeno Auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), para a sua grande apresentação do ano.
O programa arranca no dia 20 de Dezembro, às 15h00, com “O som da natureza” sob a responsabilidade do Clube das Cantigas do CCM, que preparou uma lista de canções variadas para agradar a todos os gostos. Para acompanhar os sons da natureza e os clássicos de Natal, os pequenos cantores prepararam também movimentos coreográficos. Os jovens vão ainda projectar um vídeo que partilha o percurso que fizeram em termos artísticos ao longo do ano.
Entre os dias 27 e 29 de Dezembro (quatro sessões diárias, às 11h00, 15h00, 17h00 e 19h30), as crianças entre os dois e os cinco anos de idade são convidadas a viajarem por uma história sem palavras, mas cheia de música e marionetas que vão seguir as aventuras de um grupo de amigos numa corrida louca para apanhar um ilusivo passarinho poisado no alto de uma árvore. “Shh! Nós temos um plano” é uma peça inspirada no livro Shh! We have a plan de Chris Haughton, esta aventura familiar pelos bosques leva o público a reflectir sobre a liberdade e a bondade.
Fundada em 2000, a companhia de teatro infantil Cahoots NI tem-se dedicado a criar experiências memoráveis para as crianças através de movimento, circo, música e efeitos visuais, explorando a velha e popular arte da ilusão. A companhia tem andado em digressões para um público cada vez maior tanto na Irlanda como no resto do planeta.
Além dos espectáculos, a companhia infantil vai também ministrar um workshop de teatro físico para crianças entre os três e os cinco anos e um workshop de marionetas para pais e miúdos, ambos marcados para 24 de Dezembro. As sessões são concebidas para introduzir os miúdos à alegria de contar histórias e demonstrar às famílias como podem criar as suas próprias marionetas.
Da Suécia e tendo como público-alvo os bebés, chega “O jardim das mentes vivas”, uma experiência sensorial multi-artística. Entre os dias 31 de Dezembro e 5 de Janeiro (três sessões diárias, às 11h00, 15h00 e 17h00), as portas abrem-se a um pequenino público, convidando-o a mover-se livremente, desfrutando de múltiplas perspectivas, explorando ou escolhendo a melhor forma de brincar num mundo novo e misterioso.Concebida pela artista serbo-sueca Dalija Thelander, esta experiência visual para os mais pequeninos é encenada em forma de instalação, inspirada em formas orgânicas. Desde final dos anos de 1990, entre Belgrado e Estocolmo, que a carreira da coreógrafa tem sido inteiramente dedicada à iniciação de bebés ao mundo das artes performativas. Entrecruzando movimento e dança, música e som, estimulação táctil bem como fragrâncias naturais, o cenário desafia o público a reagir ao que vai acontecendo em palco.
Os bilhetes para os espectáculos do “AconchegARTE no Inverno” estão à venda nas bilheteiras do CCM e nos balcões da Rede Bilheteira de Macau. O concerto do Clube das Cantigas tem entrada gratuita, com levantamento prévio de bilhetes. Os bilhetes para os outros dois espectáculos custam 200 patacas por cada criança acompanhada de um adulto.
AconchegARTE no Inverno
Pequeno auditório, Centro Cultural de Macau
Entre 20 de Dezembro e 5 de Janeiro
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PhilRomantics: Phil Lam Live Concert 2019
Phil Lam cresceu no Canadá e desde sempre teve grande influência de canções ouvidas na América do Norte e na Europa. Como compositor e intérprete, Phil é um músico versátil e promete um concerto cheio de romance para a sua estreia em Macau. Com o seu single de estreia, “Montain and valley”, o jovem ultrapassou os 20 milhões de visualizações no seu canal no YouTube.
7 de Dezembro, 20h00
Broadway Macau
Bilhetes a partir de MOP 380
Desfile Internacional de Macau
Realiza-se a 8 de Dezembro mais uma edição do “Desfile Internacional de Macau 2019”, organizado pelo Instituto Cultural (IC) em celebração do 20.º Aniversário da Transferência da Administração de Macau para a China. De acordo com um comunicado, “a rota do desfile desta edição é semelhante à do ano anterior, tendo início nas Ruínas de S. Paulo e fim na Praça do Lago Sai Van”. O tema deste ano é “Uma Faixa, Uma Rota”, nome do projecto político chinês, que pretende reconstituir a antiga rota comercial da seda.
8 de Dezembro, 15h00
Das Ruínas de São Paulo à Praça do Lago Sai Van
Entrada livre
Estrelas em Viena: Concerto de Ano Novo
A Orquestra de Macau vai subir ao palco do Centro Cultural com o já habitual concerto de Ano Novo intitulado “Estrelas em Viena”. O grupo apresenta-se com a soprano Marysol Schalit, sob a batuta do maestro austríaco Thomas Rösner, trazendo aos aficionados da música a elegante ‘Voz de Viena’ numa rica variedade de músicas da dinastia musical Strauss. As obras de Strauss I e II serão o cerne deste concerto de Ano Novo, além de algumas composições especialmente seleccionadas e que raramente são apresentadas, como Seufzer-Galopp, de Johann Strauss I, e Furioso Polka, de Johann Strauss II (ópera).
31 de Dezembro, 20h00
Grande Auditório do Centro Cultural
Bilhetes a partir de MOP 150
Belas Melodias de Guangdong
A Orquestra Chinesa de Macau convida o intérprete de gaohu Yu Lefu, conhecido como “o herdeiro da nova geração da música cantonense”, para colaborar como director artístico. Yu é bem versado em música cantonense, sendo muito activo na cena da música rock de Guangdong. Este concerto apresenta um repertório requintado de música instrumental e música para agrupamento, incluindo melodias cantonenses conhecidas e composições raramente executadas que representam a cultura pitoresca de Lingnan, bem como a postura do músico da nova geração em relação à herança da música cantonense.
11 de Janeiro de 2020, 20h00
Teatro D. Pedro V
Bilhetes a partir de MOP 100
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EXPOSIÇÕES
AGENDA
O Dezembro Vermelho de Carlos Marreiros
Há muito que Carlos Marreiros não produzia uma obra artística com o seu nome. “Red December” (Dezembro Vermelho) está exposta na Galeria do Tap Seac até Fevereiro do próximo ano e é uma ode à interpretação própria do arquitecto sobre a sua cidade. Como o próprio escreveu, esta obra “é um barco que é uma pequena cidade, e viaja à procura do seu próprio tempo”
Texto Andreia Sofia Silva
A nova obra de arte assinada por Carlos Marreiros foi exposta ao público pela primeira vez no passado dia 8 de Novembro e poderá ser visitada, de forma gratuita, até Fevereiro do próximo ano, na Galeria Tap Seac. A exposição “Red December” marca o regresso do arquitecto às lides artísticas, e o momento foi tão solene que, na cerimónia de inauguração da exposição, estiveram presentes nomes sonantes como o de Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo da RAEM e actualmente vice-presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, sem esquecer dirigentes do actual Executivo.
O Instituto Cultural (IC) refere-se a esta obra como expressando “a visão utópica do artista, onde diferentes culturas coexistem harmoniosamente no seio de uma sociedade inclusiva”.
A mostra é também composta por uma série de desenhos feitos em cadernos, que “espelham o processo criativo e reflectivo diário do artista ao longo dos anos, permitindo ao público conhecer de perto as suas fontes de inspiração e percorrer o seu mundo criativo, no qual se fundem elementos das culturas chinesa e ocidental”.
“Red December” é, portanto, uma “grande composição repleta de pequenos detalhes, que retrata uma cena em que figuras históricas chinesas e ocidentais de diferentes épocas se reúnem e se envolvem numa aprazível conversa”, acrescenta o IC.
Lugares sem relógio
A obra pretende representar numa embarcação que “não navega, flutua”, “uma cidade de muitas cidades, uma Macau de muitas Macaus”, juntando “bocados de Lisboa, Porto, Rio de Janeiro, Pequim, Londres, Praga, cidades ou fragmentos de cidades” da preferência do artista, e 109 personalidades, entre escritores, pintores, compositores e políticos, entre outros, explicou o artista aos jornalistas aquando da abertura da exposição.
O que está patente é uma redução da obra, já que o original, com quatro metros por três, não cabia na sala, acrescentou.
“É a minha Macau e tantas Macaus, simultaneamente, a conviver com memórias de pedaços de outras cidades ou lugares, igualmente, sem relógio. São lugares que estão sempre em formação e, por isso, não terminadas. E contam estórias que aconteceram e outras que vou inventando. Macau é o pretexto, e tem o mesmo sentido que Gabriel Garcia Marquez deu à sua aldeia imaginária chamada Macondo”, escreveu o artista num artigo sobre a sua obra no jornal Hoje Macau.
Marreiros destaca ainda o facto deste projecto “transbordar histórias”, além de pretender “trazer alegria e boa disposição”. “É habitada por gentes muito díspares, no tempo, no espaço, nos desempenhos próprios.”
Organizada pelo Instituto Cultural, a exposição “Red December”, que inclui ainda cerca de 40 cadernos de esboços de Carlos Marreiros nunca apresentados, vai estar patente na galeria do Tap Seac até 13 de fevereiro próximo.
Red Dezembro: Exposição de Carlos Marreiros
Até 13 de Fevereiro
Galeria do Tap Seac
Entrada gratuita
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Recordações Memoráveis de 1999: Exposição de Arquivos Comemorativos do 20.º Aniversário do Retorno de Macau à Pátria
Mostra de mais de 100 arquivos da transferência de Macau para a China, em 1999, no âmbito do programa do Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países Lusófonos. O objectivo da exposição é partilhar todos os arquivos da história de Macau, revisitando os pontos cruciais dos contactos sino-portugueses. Trata-se de arquivos seleccionados da colecção documental da Comissão dos Diversos Sectores de Macau para as Actividades de Celebração do Retorno de Macau à Pátria, fundada em 27 de Março de 1999 pela Comissão Preparatória da RAEM. Essa associação civil visou promover e organizar a participação dos residentes de Macau nos grandes eventos que acolhiam e celebravam a transferência de Macau para a Pátria.
Arquivo de Macau
Até 27 de Dezembro
Entrada livre
Árvore de Fruto
O artista sul-coreano Choi Jeong Hwa é conhecido como o pai das instalações de arte pop no seu país. No âmbito do festival “Arte Macau”, o coreano ergueu, na praceta do Centro Cultural, uma árvore de fruto de sete metros de altura, feita à base de aço e tecidos. Trata-se de uma cornucópia artificial abundante em frutas falsas e coloridas de tamanhos desproporcionais em relação à árvore onde estão. Esta escultura insuflável avalia directamente as relações dicotómicas entre o real e o sintético, o natural e o artificial, as paisagens e a urbanidade. Antes da apresentação em Macau, a “Árvore de Fruto” foi apresentada em exposições em várias cidades, incluindo na Bangkok Art Biennale, na Tailândia (2018), na Exposição de Arte Contemporânea Asia Corridor, Castelo Nijo, em Kyoto, no Japão (2017), na Megacities Ásia, MFA Boston, nos EUA (2016), na Renaissance, Lille3000 (2015), e na Busan Biennale, na Coreia (2014), entre outros.
Praceta do Centro Cultural de Macau
Até 31 de Dezembro
Entrada livre
Acção Conjunta de Moda— Exposição de Moda Criativa de Guangzhou-Hong Kong-Macau-Shenzhen
Projecto que reúne as obras de estilistas das quatro maiores cidades da Grande Baía: Cantão, Hong Kong, Macau e Shenzhen. Trata-se de uma mostra de talentos criativos de estilistas contemporâneos através de uma plataforma para o intercâmbio, a interacção e a união de forças dos jovens. A exposição desta vez exibe um total de oito estilistas: Coco Chi e Suiga Zhang, de Cantão; Felix Tai e Jason Lee, de Hong Kong; Jack Lam e Yaya Tam de Macau, e Smile Xu e Esa Liang, de Shenzhen. Cada estilista apresenta dois conjuntos de vestidos, para que o público possa apreciar o estilo único de cada um dos participantes.
Galeria de Moda de Macau
Até 31 de Dezembro
Entrada livre
O Mundo como Vontade e Representação – Exposição Colectiva dos Artistas Emergentes do Interior da China
São cinco jovens artistas contemporâneos que têm saltado à vista no Interior do País e que agora convidam o público de Macau a embarcar numa viagem de percepção e compreensão. Com curadoria de Sun Feng, os artistas Ouyang Sulong, Yuan Song, Liang Manqi, Hu Weiyi e Ying Xinxun apresentam um total de 26 obras de grandes dimensões e de vários tipos, incluindo instalações de desenho espacial, instalações de vídeo interactivas, impressões em 3D, fotografias, vídeos e esculturas.
Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais n.º 1
Até 23 de Fevereiro de 2020
Entrada gratuita