Lio Kuokman durante um ensaio da Orquestra de Macau

Talento de Macau

Nascido em 1981, Lio Kuokman – também conhecido como Lio Kuok Man – é um dos mais destacados nomes de Macau no campo da música clássica. Além de maestro principal convidado e assessor artístico da Orquestra de Macau, é director de programação do Festival Internacional de Música de Macau e maestro-residente da Orquestra Filarmónica de Hong Kong.

A sua educação musical começa em Macau, onde aprende piano e é um dos primeiros elementos da Orquestra Sinfónica Jovem. Recordando esse período, Lio Kuokman nota o “grande desenvolvimento” que aconteceu, entretanto, no que toca à educação musical no território.

A sua aprendizagem enquanto pianista continua na Hong Kong Academy for Performing Arts e prossegue na prestigiada Juilliard School, em Nova Iorque. Ainda nos Estados Unidos, recebe formação enquanto maestro no Curtis Institute of Music, em Filadélfia, que prossegue no New England Conservatory of Music, em Boston.

O ano de 2014 é essencial para Lio Kuokman: então com 33 anos, triunfa no Concurso Internacional de Regência de Orquestra de Svetlanov, em França: entre 450 maestros, Lio Kuokman obtém a pontuação mais elevada, recebendo também o prémio do público. No mesmo ano, é o primeiro chinês nomeado maestro-assistente da conceituada Orquestra de Filadélfia. A fechar 2014, recebe a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Macau.

Com ampla experiência internacional, já trabalhou com orquestras de todo o mundo, da Áustria à Rússia, passando por França, Canadá, Coreia do Sul ou Japão.  A agenda preenchida é um dos motivos para que, por agora, não pense em compor em nome próprio. “Talvez mais tarde”, responde. O ritmo frenético a que se sucedem os concertos também coloca as gravações de estúdio em segundo plano – isto embora tenha recentemente completado uma gravação em França, com a Orquestra de Câmara de Paris.

Questionado sobre os seus compositores e géneros de música favoritos, o maestro diz que “apenas há boa e má música”. Na sua playlist cabe um pouco de tudo, desde jazz a pop, rock e country – e até mesmo alguns “guilty pleasures”, admite. E regressa ao início: “Boa música é boa música, independentemente do género”. Afinal, recorda Lio Kuokman, também houve uma altura em que a música clássica era música popular e em que o tema de conversa nos cafés de Viena era a nova sinfonia que Beethoven tinha apresentado na noite anterior.