Livro

Su Dongpo, a métrica da audacidade

“Antes da viagem, nostalgias mil/depois da viagem, o crescer dos dias.” 

Os versos são parte essencial daquele que foi o último poema escrito por Su Dongpo, o maior dos poetas da dinastia Song e um dos mais notáveis e celebrados eruditos chineses de todos os tempos. Polímata, autodidacta e ecléctico, Su Dongpo cultivou os campos da filosofia, da literatura, da caligrafia, da pintura, da política, da engenharia, da agronomia, da gastronomia e da alquimia, mas foi a poesia – imaginativa, rica e, em grande medida, intemporal – que lhe valeu a imortalidade.

Também conhecido como Su Shi, escreveu com audacidade sobre as alegrias, as tristezas e as dores que perpassam a vida, sem as nuances de lamento ou de infortúnio que pautam a obra de muitos dos seus contemporâneos. Influenciada pelo budismo zen, a sua poesia notabiliza-se mais pelos símbolos evocados do que pelas subtilezas descritivas e esses são alguns dos aspectos que António Graça de Abreu coloca em evidência em “Poemas de Su Dongpo”, obra em que o tradutor e sinólogo português reúne traduções anotadas de alguns dos mais conhecidos poemas do maior dos poetas da dinastia Song. 

A obra, com a chancela da Grão-Falar – uma nova editora que se propõe publicar livros sobre cultura chinesa em Portugal – foi apresentada a 14 de Dezembro, nas instalações do Centro Científico e Cultural de Macau.


“Poemas de Su Dongpo”

AUTORIA Su Dongpo; Tradução e Notas de António Graça de Abreu
CLASSIFICAÇÃO TEMÁTICA Poesia
IDIOMA Português
EDITOR Editora Grão-Falar