O Centro de Inovação e Empreendedorismo da Universidade de Macau (UM) tem desempenhado um papel importante na incubação de start-up locais, incluindo no sector da saúde, afirma a directora Elaine Leung.
O centro, criado em 2017, já apoiou cerca de 60 empresas, quase 30 por cento delas ligadas à indústria da “big health”, refere a mesma responsável. “Com o apoio do centro, podemos incentivar estas empresas a fazer algo mais para promover a medicina tradicional chinesa, no que toca à investigação de compostos e produção, e à obtenção de financiamento”, explica a também docente.
O objectivo, adianta, é estimular a criação de mais start-ups por parte de cientistas, professores e pós-graduados, “para ajudar a transformar as suas ideias em algo que é real e palpável”.
O centro recebe financiamento da UM, do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e das autoridades de Hengqin. “Se uma start-up tem uma equipa em Hengqin, pode candidatar‑se a financiamento do FDCT e das autoridades locais”, realça Elaine Leung.
O propósito é que o maior número possível de projectos de investigação resulte em aplicações práticas, embora seja uma tarefa “difícil”, admite a directora do centro. “Muitos projectos permanecem apenas a nível laboratorial, pois, para avançarem, precisam de fabricantes, capital para uma primeira produção e prototipagem.”
Nesse sentido, o centro procura também organizar “eventos de empreendedorismo e outras iniciativas anuais para atrair investidores e capital de risco”, em colaboração com instituições locais e da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, bem como de entidades de países de língua portuguesa, salienta Elaine Leung.
Macau oferece várias vantagens para se apostar na inovação na área da medicina tradicional chinesa, como o Centro de Testes de Medicamentos Tradicionais Chineses de Macau da UM, inaugurado em Novembro de 2024, defende a responsável.
Macau ganha relevo ao permitir que várias plantas ou componentes com origem noutras regiões, “como do Brasil ou de Portugal, possam ser usados como suplementos alimentares”, diz a académica. “Esta possibilidade confere maior liberdade à pesquisa. Podemos utilizar uma combinação de uma erva chinesa com uma erva portuguesa, o que dá maior flexibilidade para inovar, experimentar novas soluções e criar produtos variados”, conclui.


