O regresso do olímpio em português

“... gostava que fosse possível que em paralelo com os Jogos da Lusofonia decorressem provas de desporto para deficientes em várias categorias.”

 

Em 2006, o sonho tornou-se realidade em Macau. Este ano, de 11 a 19 de Julho, em Lisboa a aventura do olimpismo lusófono tem uma nova etapa com a segunda edição dos Jogos organizados pela Associação de Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP).

Centenas de atletas de Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, Brasil, Macau, Timor-leste, Guiné Equatorial, Índia (Goa) e Sri Lanka vão competir em dez modalidades: futebol, judo, futsal, voleibol de praia, basquetebol, taekwondo, ténis de mesa, atletismo, voleibol e deporto para deficientes. Sob o lema “União mais Forte que a Vitória”, os Jogos da Lusofonia juntam “quatro continentes, uma língua, unidos pelo desporto”, como referia o lema da primeira edição dos Jogos.

 

Mostrar a boa saúde do olimpismo lusófono 

 

Após a forma como decorreu a edição inaugural na RAEM, Vicente Moura, presidente da ACOLOP e líder do Comité Organizador dos Jogos da Lusofonia (COJOL), considera que “embora possa não ter a dimensão espectacular do Jogos de Macau, esta edição vai certamente ser marcante”. O próprio Vicente Moura, no final do evento que decorreu na região entre 7 e 15 de Outubro, tinha já na altura admitido que o patamar para os segundos Jogos era bastante elevado, tendo em conta o que Macau ofereceu.

Para o também presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), os II Jogos da Lusofonia “vão demonstrar que o movimento olímpico lusófono, ou seja a ACOLOP, está de boa saúde e recomenda-se”. Moura reconhece que “tinha expectativas mais elevadas numa primeira fase, mas com a crise financeira internacional, o orçamento teve que ser ajustado”, uma vez que se registou uma quebra das verbas que as empresas que vão apoiar o evento estão dispostas a canalizar. O mais importante, contudo, assegura, “é que as instituições percebem a importância dos Jogos e estão a dar apoio”.

O presidente do COJOL aguarda também uma “adesão entusiástica de jovens e de membros das várias comunidades lusófonas residentes em Portugal”.

 

Jogos com desporto para deficientes

 

Em comparação com a edição inaugural, o programa desportivo inclui duas novidades: o judo e o desporto para deficientes, que vai ser incluído nas provas de atletismo. Em competição, a título de demonstração, vão estar provas de 1500 metros masculino em cadeira de rodas e 400 metros masculinos e femininos na categoria motora em pé. Vicente Moura adiantou à Revista Macau que a inclusão do desporto para-olímpico nos jogos do movimento olímpico lusófono tem como finalidade “abrir uma janela aos atletas deficientes para que eles também façam parte da festa dos Jogos”. No futuro, confessa, “gostava que fosse possível que em paralelo com os Jogos da Lusofonia decorressem provas de desporto para deficientes em várias categorias”.

A par do desporto para deficientes é provável que haja espaço para outras modalidades de demonstração, que, no entanto serão da responsabilidade das federações e associações desportivas e não dos Comités Olímpicos de cada país ou território. É o caso do rugby, vela e remo. A organização espera não apenas um ambiente de confraternização e festa, mas também qualidade no nível competitivo. Portugal, como país anfitrião, garante o presidente do COP, “vai levar aos Jogos os melhores atletas de cada modalidade”.

 

Macau presente em seis modalidades

 

A delegação do Comité Olímpico e Desportivo de Macau (CODM) vai apresentar-se em Lisboa com cem pessoas, entre atletas, dirigentes e membros de apoio, que vão competir pelo menos em seis modalidades: judo, atletismo, basquetebol, voleibol e ténis de mesa. Provavelmente, vai ser bastante difícil igualar o desempenho desportivo nos jogos em Macau, mas Alex Vong, presidente do Instituto do Desporto e vice-presidente do CODM, garantiu, em declarações à Rádio Macau, que os atletas da RAEM vão “dar o máximo” para obter os melhores resultados possíveis. Em 2006, atletas de Macau subiram por 14 vezes ao pódio, ao conquistarem três medalhas de prata e onze de ouro.