Guangdong convida empresas de Macau para zona de comércio livre

Autoridades da província de Guangdong estiveram em Macau a promover as oportunidades da nova zona de comércio livre criada pelo Governo central chinês este ano, com vista a fomentar os negócios e o investimento das empresas do território.

 

“Temos mais de 10 mil empresas registadas na nossa Zona Experimental [de Comércio Livre de Guangdong]. Decidimos realizar esta sessão de esclarecimento em Macau para dar uma primeira oportunidade aos empresários de Macau”, afirmou a vice-governadora de Guangdong, Zhao Yufang.

A mesma responsável destacou que estão a ser desenvolvidas medidas para fomentar “um ambiente propício aos negócios” e ao “investimento de Macau e do estrangeiro”.

“Queremos construir a rota da seda do século XXI, trazendo mais vantagens e serviços de qualidade”, afirmou Zhao Yufang.

A vice-governadora de Guangdong invocou a ideia de plataforma: “Pretendemos com os países de língua portuguesa e países asiáticos, nos diversos aspectos do turismo e indústrias criativas, atender os negócios do mercado internacional”.

Zhao Yufang apontou também os “serviços logísticos, de informação e de recursos humanos” como áreas onde “é possível inovar” e tornar a região mais dinâmica.

Na sessão foi também referida a oportunidade de as empresas registadas na Zona de Livre Comércio de Guangdong prestarem serviços para o exterior, e a partir dali conseguirem desenvolver a sua internacionalização.

A simplificação do registo de empresas e dos procedimentos nas alfândegas e inspecção foram também invocadas para facilitar o fluxo de mercadorias.

Além disso, foi abordada a liberalização financeira. Três moedas circulam nos diferentes territórios: a pataca (Macau), o dólar de Hong Kong (Hong Kong) e o yuan (China).

Wei Guanxiong, do Gabinete para os Assuntos Financeiros de Guangdong, falou sobre a reforma financeira e sobre o “caminho para a internacionalização” do yuan. “Estamos muito virados para Hong Kong, para um fluxo livre das nossas moedas e para a boa intercomunicabilidade financeira entre Guangdong e Macau, e posteriormente para o exterior”, afirmou.

Wei Guanxiong referiu também a possibilidade “da emissão de acções na moeda chinesa” por empresas financeiras de Macau e Hong Kong, e de “os investidores da China emitirem acções em yuan na bolsa Hong Kong”.

Na abertura da sessão, o chefe do executivo, Chui Sai On, disse que a Zona Experimental de Comércio Livre de Guangdong, no interior da China, é mais um passo para a integração regional e “contribui para a diversificação económica de Macau”.

Chui Sai On referiu também que o governo regional “vai ponderar as vantagens destas políticas da zona experimental para traçar estratégias para que Macau, mais uma vez, saliente o seu papel de plataforma”. “Esperamos que, com estas políticas, haja mais oportunidades para as pequenas e médias empresas, para os jovens locais e para os diferentes sectores”, acrescentou.

À margem da apresentação, o director dos Serviços de Economia, Sou Tim Peng, destacou que as novas políticas da zona Experimental de Comércio Livre de Guangdong poderão abrir “novas potencialidades para as empresas locais e também para as empresas dos países de língua portuguesa”. “Isto vai facilitar o fluxo de comércio de mercadorias, de pessoas, e de capitais também, na área da liberalização financeira”, disse.