O protocolo de cooperação vai permitir que os resultados do exame unificado de acesso às instituições do ensino superior de Macau sejam aceites em Portugal, embora a decisão da inscrição dos alunos estrangeiros caiba a cada instituição portuguesa.
O presidente do CCISP e do Instituto Politécnico de Leiria, Nuno Mangas, explicou que o exame unificado pela Universidade de Macau, pelo Instituto Politécnico de Macau, pelo Instituto de Formação Turística e pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, “está pensado” para as instituições daquela Região Administrativa Especial.
“Teremos sempre que avaliar se os exames que fizeram são adequados para o acesso ao curso em questão [Portugal]. Terá que haver uma análise de situação a situação para perceber se o aluno detém o ‘background’ e os conhecimentos adequados para a formação que vai frequentar”, acrescentou Nuno Mangas, frisando, contudo, que “são instituições credíveis e de qualidade”.
Para Nuno Mangas, o protocolo “mais que para os Politécnicos é importante para o país”, pois irá “possibilitar que alunos da Região Administrativa Especial de Macau e chineses que façam o exame de acesso às instituições de Macau também possam ingressar nos cursos de ensino superior em Portugal”.
Por esta via, os estudantes poderão “diversificar as áreas de formação, sobretudo incrementar bastante aquilo que será no futuro as relações entre os dois cônsules”.
O presidente do CCISP sustentou ainda que Portugal, “fazendo este papel de charneira entre a China, Macau e os países de língua portuguesa, pode ter aqui um papel importante na preparação de recursos humanos e de criar elos que perdurem durante muitas décadas”.
“O que procurámos com este protocolo é alargar toda esta rede de cooperação. Hoje há muitas relações de cooperação entre Portugal e Macau ou entre instituições portuguesas e Macau, mas acaba por estar localizado num número reduzido de instituições, onde é claramente o Politécnico de Leiria que tem mais cooperação neste momento com as instituições da Região Administrativa Especial de Macau. A ideia é alargar, porque há mais instituições e mais oportunidades”, rematou Nuno Mangas.
Para o coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior da Região Administrativa de Macau, Sou Chio Fai, “este exame não só traz benefícios para Macau”, como também possibilita usufruir do “estatuto dos estudantes internacionais para Portugal para o CCSIP e o CRUP [Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas] reconhecerem os resultados deste exame”.
Sou Chio Fai considerou ainda que o acordo irá “incentivar a mobilidade” dos alunos e “criar mais oportunidades para alunos de Macau e de outros lugares, como a China Continental, que queiram fazer o curso superior em Portugal”.
Este responsável acrescentou que os cursos mais procurados são Gestão, Ciências Sociais, Arquitectura, Engenharia, Serviço Social, Turismo e Enfermagem.
O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, destacou a importância do “bilingue” e da necessidade de “qualificar pessoas”.
Reconhecendo que haverá um “esforço” por parte dos alunos de Macau, porque a “língua portuguesa é difícil”, Alexis Tam considerou que é um “sacrifício que vale a pena”. “Macau precisa de vocês, de ter pessoas bilingues e qualificadas.”