O “live commerce” tem apoiado o desenvolvimento de empresas de Macau

Tempo para crescer

Não é fácil construir um negócio online, mas Macau tem vantagens únicas que podem ser aproveitadas para fazer brilhar os produtos locais num mercado competitivo, especialmente entre a vasta gama de produtos disponíveis nas plataformas de comércio electrónico do Interior da China.

Juli Chu, directora-executiva da Macau Live Streaming Station (MBU), considera que “Macau já é uma marca” associada à qualidade aos olhos dos consumidores do Interior da China. “Mas os meus 12 anos de experiência em comércio electrónico dizem-me que o que importa não são realmente as preferências dos consumidores, mas sim como os comerciantes promovem os seus produtos”, acrescenta.

“Não é realista contar com vendas de milhões imediatamente após abrir uma loja de comércio electrónico e realizar uma sessão de ‘live streaming’”, sublinha. “É preciso tempo e empenho para expandir o negócio do comércio electrónico, tal como com as lojas físicas.”

Essa é também a experiência de Ho Kam In, da Alua e Comidas Portuguesa Kam In. A pastelaria tradicional acaba de investir na criação de uma unidade de produção num prédio industrial na Areia Preta. “Com a nossa própria fábrica, esperamos que o processo de desalfandegamento e os procedimentos logísticos [para os nossos produtos] possam no futuro ser mais simples e convenientes, para que possamos expandir os nossos negócios [via comércio electrónico]”, explica a empresária.

“Ninguém sabe quando a pandemia vai acabar (…), mas o comércio electrónico, principalmente o ‘live commerce’, é para nós uma tendência impossível de ignorar”, acrescenta Ho Kam In.

As autoridades de Macau prometem também continuar a ajudar as PME locais a planear e participar em “live commerce”, através de diferentes iniciativas. A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico prevê continuar a “recolher opiniões dos operadores de comércio electrónico transfronteiriço sobre os desafios operacionais e discutir com as entidades competentes do Interior da China para facilitar o comércio electrónico transfronteiriço em Macau”.