Feira de Cantão | Macau fortalece apoio aos produtos lusófonos

A parceria da RAEM com a lusofonia não pára, com uma aposta agora reforçada: Macau como centro de distribuição de produtos alimentares dos países de língua portuguesa. Cantão foi um bom exemplo deste passo de maior aproximação à China

Feira de Cantão

 

Texto Nuno G. Pereira

 

A participação na edição de Outono da Feira de Import Export da China (também chamada Feira de Cantão) deixou a comitiva de Macau agradada. Apesar de uma pequena redução no número de visitantes, os negócios correram bem aos empresários locais, segundo revelou Jackson Chang. O presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) explicou também que a parceria com os países lusófonos, em particular na área de Food & Beverage (F&B, ou seja, produtos alimentares e bebidas), está cada vez mais forte. “Desde as edições anteriores que temos recrutado empresas de Macau representantes de produtos de países de língua portuguesa para expor no Pavilhão de Macau, fazendo com que a RAEM se evidencie como plataforma de cooperação comercial com os países de língua portuguesa. Num aspecto mais recente, também temos promovido o papel de Macau enquanto centro de distribuição de produtos alimentares dos países lusófonos, fazendo com que, mais uma vez, a região fortaleça a sua função de plataforma sino-portuguesa.”

O IPIM foi responsável pelo Pavilhão de Macau na Feira de Cantão, nas Fases 1 e 3 do evento. A primeira vez que a instituição esteve envolvida na organização das delegações empresariais locais foi na 101.ª edição da feira, pelo que este certame marcou a 16.ª participação do IPIM (a Feira de Cantão realiza-se duas vezes por ano). “Na Fase 1 da feira, de 15 a 19 de Outubro, o Pavilhão de Macau ocupou uma área de 45 metros quadrados, com três expositores, principalmente focados em electrónica, materiais de construção e produtos mecânicos. Na Fase 3, de 31 de Outubro a 4 de Novembro, o Pavilhão estendeu para 108 metros quadrados a área ocupada, incluindo dez expositores de F&B, de produtos de Macau e de Portugal (com destaque para vinho, presunto e sardinhas em lata). Hoje em dia, há uma grande preocupação com a segurança alimentar e a chancela MinM (Made in Macau) tem boa reputação na China. Os produtos alimentares dos países de língua portuguesa também foram muito populares na feira, por serem únicos e de grande qualidade. Estas podem ser as principais vantagens competitivas das empresas de Macau.”

Tanto na Fase 1 como na Fase 3, o IPIM marcou presença com um stand próprio, de 18 metros quadrados (o dobro de área dos stands dos expositores), para estimular os negócios na RAEM. “Os interessados podiam informar-se sobre os ambientes de investimento em Macau, os serviços prestados pelo IPIM e o One-stop Service para quem quer apoio em acções na área MICE (exposições e convenções). Foi ainda feita promoção da 19.ª edição da Feira Internacional de Macau.”

Feira de Cantão

Negócios encaminhados

A maioria dos empresários de Macau que acompanhou a delegação do IPIM é repetente neste tipo de viagem, tendo por isso termos de comparação com outras edições. Jackson Chang diz que, no regresso a casa, partilharam palavras animadas. “Mostraram-se satisfeitos, revelando terem potenciais acordos negociados durante a feira. A reacção geral foi positiva, com resultados acima das expectativas. Apesar disso, os expositores notaram que número de compradores foi menor do que nos últimos anos. A organização explicou que as razões principais para isso foram a instabilidade da economia mundial e os riscos de saúde relacionados com o dengue e o ébola, que levaram algumas pessoas a evitar viajar.”

A Feira de Cantão tem níveis de organização bastante altos, mas há sempre espaço para melhorias. Nomeadamente, sublinha o presidente do IPIM, na atracção de mais visitantes. “Para as futuras edições, julgo que se deveria apostar em novas formas de promoção para atrair mais compradores à feira.”

Feira de Cantão