Olhos fechados, cabeça tombada para trás, xaile pelos ombros. O fado, é certo e sabido, inspira uma certa solenidade. Os acordes lânguidos e melancólicos, o preto como cor e o silêncio como regra ajudaram a moldar o cânone do mais reconhecido dos géneros musicais portugueses, mas o paradigma dominante nem sempre se pautou pela austeridade a que nos habituou.
À semelhança do que sucede com outras sonoridades musicais urbanas, como o flamenco ou o tango, um tempo houve em que o fado também se dançava.
Em Lisboa, a modalidade que mais notoriedade alcançou foi o chamado “fado batido”, uma forma enérgica e virtuosa de sapateado que a dupla de coreógrafos Jonas&Lander se propôs, em 2021, resgatar e recriar. O desígnio materializou-se em “Bate Fado”, um espectáculo projectado para nove artistas – quatro bailarinos, quatro músicos e um fadista –, em que dança e fado se combinam de forma sofisticada, por vezes subversiva.
“Bate Fado”
LOCAL Pequeno Auditório do Centro Cultural de Macau
DATA 17 de Maio, às 19:45
PREÇO Entre 200 e 300 patacas
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