Extensão do DocLisboa regressa a Macau

O Festival Internacional DocLisboa chega pela terceira vez a Macau, através de uma extensão trazida pelo Instituto Português no Oriente (IPOR), e este ano integra também uma secção dedicada às produções e realizadores de Macau.

 

De 27 de Janeiro a 5 de Fevereiro são exibidos em Macau os nove filmes de realizadores portugueses que competiram no DocLisboa’14 e os vencedores das edições de 2014 das competições locais Sound & Image Challenge e European Union Short Film Challenge, além de uma sessão para outros realizadores de Macau.

O festival abre com “Mio Pang Fei”, um documentário do realizador de Macau Pedro Cardeira sobre um conceituado artista plástico chinês que se interessou pela arte moderna numa época em que esta era considerada anti-revolucionária pelo regime do seu país. Mio Pang Fei acabou por se refugiar em Macau onde desenvolveu um novo estilo de pintura “baseado no cruzamento das técnicas artísticas ocidentais com o espírito cultural chinês, a que chamou Neo-Orientalismo”, segundo explica o IPOR, no programa divulgado.

No dia 28 é exibido “Volta à Terra”, do português João Pedro Plácido, que estará presente para falar sobre o filme e responder às perguntas da audiência. “Volta à Terra” conta a história de uma “comunidade em extinção”, de 49 camponeses que praticam agricultura de subsistência numa aldeia, Uz, nas montanhas do norte de Portugal.

A terceira sessão, no dia 29, é dedicada ao filme “Fado Camané”, de Bruno de Almeida, sobre o processo de criação do artista, e a quarta, a 2 de Fevereiro, “As Cidades e as Trocas”, aborda a chegada da economia de escala a Cabo Verde e os efeitos que esta teve na transformação da paisagem física e humana da ilha.

Na quinta sessão vão ser exibidos três filmes, dois de Portugal – “Triângulo Dourado”, de Miguel Clara Vasconcelos, e “Da Meia Noite para o Dia”, de Vanessa Duarte” – e um de Macau, “Um Olhar sobre os Deficientes”, de Zélia Lai. “Triângulo Dourado” dá voz às “memórias, encontros e sentimentos” das viagens que levaram a personagem principal até Paris, e “Da Meia Noite para o Dia” lança um olhar sobre a “memória colectiva e sentido de identidade dos trabalhadores fabris da Covilhã”. Por fim, “Um “Olhar sobre os Deficientes”, vencedor do Sound & Image Challenge, reflecte sobre as dificuldades dos portadores de deficiências.

No dia 4 de Fevereiro é exibido “Flor Azul”, do português Raul Domingues, e “São”, de Susana Valadas, sobre um dia na vida de uma operária fabril.

O último dia é dedicado a três obras: “O Pesadelo de João”, do português Francisco Botelho, e “Western Star” e “Fonting the City”, dos realizadores de Macau Wu Hao I e Wallace Chan, respectivamente. “Western Star”, vencedor do European Union Short Film Challenge, relata o encontro de “uma mulher natural de Macau, que tem feito a sua vida no estrangeiro, com um homem” que conhece na sua cidade natal, quando a visita como turista. “Fonting the City” conta a história de um grupo de ‘designers’ que percorre Macau em busca de “caligrafias esquecidas”, encontrando “letreiros de lojas antigas, caracteres manuscritos de antigos artesãos e até exemplos de caligrafia pós-década de 80 numa ementa de chá”.

As sessões decorrem às 18:30h no auditório do Consulado-Geral de Portugal em Macau.