Zika vai a votação na Assembleia Legislativa de Macau

A Assembleia Legislativa de Macau vota na quarta-feira a adição da “doença pelo vírus Zika” à lista de doenças transmissíveis.

O Governo de Macau justifica a proposta com o aumento do número de casos na América Latina, bem como noutras regiões do mundo, desde Novembro de 2015, e com a “relação causal altamente suspeita entre a infecção pelo vírus Zika durante a gravidez e a microcefalia”, pode ler-se na nota justificativa entregue à Assembleia Legislativa.

“A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) é uma cidade turística internacional que recebe anualmente um grande número de turistas provenientes de todo o mundo”, além de que “o mosquito do género ‘Aedes’, que transmite o vírus Zika, é muito comum na RAEM, pelo que existe risco de importação e propagação da doença nesta região”, indica a nota.

Assim, o Executivo considera que se verifica “a necessidade de os doentes afetados pelo vírus Zika se sujeitarem a eventual isolamento e/ou afastamento temporário” e recomenda a sua integração na lista de doenças transmissíveis.

O Governo de Macau anunciou este ano a construção de um Centro de Doenças Infecciosas, junto ao Centro Hospitalar Conde de São Januário, um projecto que está a ser recebido com resistência pelos moradores da zona.

A Organização Mundial de Saúde declarou, no passado dia 1 de Fevereiro, uma emergência de saúde internacional devido à possível relação entre os casos de microcefalia em recém-nascidos registados no Brasil com o vírus Zika.

Transmitido pela picada de mosquitos do género ‘Aedes’, o Brasil é o país mais atingido no mundo pela epidemia de Zika, com 1,5 milhões de doentes e três mortes confirmadas, seguindo-se a Colômbia (22.600 casos).

A OMS recomendou na semana passada que as mulheres grávidas adiem os seus planos de viagem para qualquer das zonas com presença do vírus Zika, por se temer a possível vinculação com os casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos.