Macau vai ter 100 radiotáxis nas ruas até 2018

O Governo de Macau anunciou a atribuição de 100 licenças para radiotáxis, em duas fases, até 2018, quase dois anos depois de ter decido não renovar o contrato com a única empresa que prestava esse serviço.

A empresa vencedora foi a Companhia de Serviços de Rádio Táxi Macau S.A. que, apesar de ter sido inicialmente excluída do concurso, recorreu da apreciação e acabou por vencer, afastando a Lai Ou, do empresário David Chow, e a TaxiGo, que agora lançou uma aplicação para chamar táxis.

A concessão tem o prazo de oito anos e prevê a entrada em funcionamento de 50 táxis no primeiro semestre de 2017, sendo que os outros 50 chegam às ruas “no prazo de um ano desde a data do início da operação”, informam os Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

A DSAT justifica a sua escolha, em parte, com o facto de esta empresa ter apresentado “o conteúdo mais privilegiado”, como disponibilização de acesso a Internet gratuita, instalação de um sistema de bordo que examina o funcionamento do veículo e armazena dados em caso de acidente grave.

A Companhia de Serviços de Rádio Táxi Macau S.A. sugeriu que a taxa de chamada seja de cinco patacas (cerca de 0,56 euros), não cobrando taxa de hora marcada nem taxa de ausência.

Segundo a DSAT, a empresa vai ter de disponibilizar pelo menos cinco táxis adaptados a pessoas com dificuldades de acessibilidade e dez de grande porte. A concessionária terá também de criar uma central que funcione 24 horas por dia, disponibilizando serviços por chamada telefónica e também através de página electrónica e aplicação de telemóvel.

Macau deixou de ter serviço de radiotáxis depois de o Governo ter decidido, em 2014, não renovar o contrato com Vang Iek, também conhecida como a empresa que geria os ‘táxis amarelos’.

Aproveitando este vazio, a Uber surgiu no território no ano passado, permitindo aos passageiros chamarem um transporte através de uma aplicação de telemóvel. No entanto, como este serviço foi considerado ilegal e sujeito a pesadas multas, a empresa anunciou que vai deixar Macau no final desta semana.

À Lusa, a empresa TaxiGo explicou que, depois de ter sido informada, “há meses”, que não iria obter licenças, optou por lançar, na semana passada, uma aplicação para telemóvel. Este serviço, por enquanto gratuito, funciona como ponte entre os taxistas que se inscrevam e os passageiros, que podem passar a requisitar o transporte através do telefone.

Segundo Kyle Ho, director de estratégia da TaxiGo, apenas os taxistas com carteira, em táxis com licença, sem registo de violações num prazo de dois anos, podem inscrever-se. Actualmente a aplicação só está disponível em chinês – tendo já sido descarregada por mais de 3.500 cidadãos e 100 taxistas, segundo o jornal Tribuna de Macau –, mas a empresa espera ter uma versão em inglês pronta dentro de duas semanas. Desta forma, será possível ‘emparelhar’ clientes que falem inglês com condutores que dominem o idioma.

Em esclarecimentos à Lusa, a DSAT confirmou que a utilização desta aplicação “é legal”, desde que os taxistas inscritos tenham carteira, o carro licença e o valor cobrado ao cliente seja de acordo com o taxímetro.